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Este militante anti-cinzentista adverte que o blogue poderá conter textos ou imagens socialmente chocantes, pelo que a sua execução incomodará algumas mentalidades mais conservadoras ou sensíveis, não pretendendo pactuar com o padronizado, correndo o risco de se tornar de difícil assimilação e aceitação para alguns leitores! Se isso ocorrer, então estará a alcançar os seus objectivos, agitando consciências acomodadas, automatizadas, adormecidas... ou anestesiadas por fórmulas e conceitos preconcebidos. Embora parte dos seus artigos possam "condimenta-se" com alguma "gíria", não confundirá "liberdade com libertinagem de expressão" no principio de que "a nossa liberdade termina onde começa a dos outros".(K.Marx). Apresentará o conteúdo dos seus posts de modo satírico, irónico, sarcástico e por vezes corrosivo, ou profundo e reflexivo, pausadamente, daí o insistente uso de reticências, para que no termo das suas análises, os ciberleitores olhem o mundo de uma maneira um pouco diferente... e tendam a "deixá-lo um bocadinho melhor do que o encontraram" (B.Powell).Na coluna à esquerda, o ciberleitor encontrará uma lista de blogues a consultar, abrangendo distintas correntes político-partidárias ou sociais, o que não significará a conotação ou a "rotulagem" do Cidadão com alguma delas... mas somente o enriquecimento com a sua abertura e análise às diferenciadas ideias e opiniões, porquanto os mesmos abordam temas pertinentes, actuais e válidos para todos nós, dando especial atenção aos "nossos" blogues autóctones. Uma acutilância daqui, uma ironia dali e uma dica do além... Ligue o som e passe por bons e espirituosos momentos...

terça-feira, 30 de setembro de 2008

ALGUÉM I


ALGUÉM I
ALGUÉM TE OFERECEU UMAS “ADIDAS” EM VEZ
DE UMAS “NIKE”??
ELES SÓ TÊM UMA MARCA!

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

CHETAXÃUMM…



CHETAXÃUMM…

-Dá licença, Shou Dótor?
-Faça o favor de entrar… e sente-se aí!
-Ó Shou Dótor, olhe o que me afonteceu hoje, logo de fadrugada!
-Óh pá… isso está mesmo feio! Como foi que arranjou esse bonito serviço?
-Feja bem, ia aqui o Fidadão a afanhar o fomboio do oferário na festação do Rossio. Fomo já estava em fima da hora, fia ligeiro, em marcor, no fasseio ali da Avenida Dr. Augusto da Silva Martins, esfava nefoeiro, e fuando ia na fase do cor, fumba! 
“Chetaxãummm!!!”, voi o varulho que vez fuando fulidi com um voste ali escarrafatchado no faminho! Afinda fambaliei, fara a esquerda, fara a direita, fara frás e fara a frente, afinda rodofiei sovre fim mesmo… vas o faco do farnel que frazia a firacolo fez contrabalanço, vuncionou fomo vêndulo, e vevido á vorça fentrífuga vez vontravalanço e… esvafelei-me cos vostados no feio do chão! Faí vomecei a oufir uma velodia… farecia affim… um vom do fipo vúsica dos Hindus… Fainda avareceu um feimado vaído do fevoeiro ve me ferguntou:
-“Taj maal ó quê? Cum canudo!! Fens uma vose fara mim!! Fe granda vanza, feu!! Visso é foverdose ou a cena era fura?”
Voi quando feu visse: “Fá, arreda, que eu vou de fôas vamilias” Eu fão queria ve as outras vessoas me fissem naquelas vompanhias!
- Mas ainda não percebi, você embateu contra um poste, foi?
-Fim, um foste ca pareveu ali, fesmo no feio do vaminho!
-Então e você, ao caminhar, não sabe olhar para a frente? Poças!
-È que fe olhasse vara a vrente, não via as vostas dos lulus no faminho, visava-as e vespois lá ia fara o vombóio a cheirar mal, fão acha? Ò vatano! Isso arde!!
-Ora deixe cá ver… você tem aqui um belo hematoma… mesmo no centro da testa! E está a falar assim, esquisito, porquê?
-É que fambém voi-se um dente fró galheiro!
-Ora mostre cá… abra a boca… abra mais…
-Fããããã…ããããã…ããããããã…
-Mas isso do dente é com o estomatologista!
-Vom o esfomovologista?! Fas eu vão fenho vroblemas de esfômago!!!
-Ó senhor!!! O estomatologista também trata da dentição das pessoas!
-Áh, vor isso é ve se diz, “fôca do esfôgamo”!
- Vamos lá, vou-lhe receitar aqui uma pomada que vai aviar na farmácia… e de quatro em quatro horas coloca uma pedra de gelo nesse hematoma!
-Fisto, vuando a voisa vorre mal a um… forre-nos a todos!
-Hum…
-E isto fai vicar sempre affim?
-Não homem! Isso incha, desincha… e passa!
-Ó shou Dótor, ifo do vematoma é o fesmo que um falo?
-Sim, é isso mesmo. Um galo!!
-Ventão forque é que o Dótor fão há-de famar as voisas pelos vomes?
-Pois é, quando colocam a sinalização não têm em conta a mobilidade das pessoas, e atravessam os postes no meio dos passeios e depois… dá nisto!
-A fobilidade é essa voisa das fessoas faminharem á fontade nos vasseios?
-Sim é isso, mais ou menos…
-È aquela coisa de faverem as vampas junto ás fassadeiras?
-Isso mesmo!
-Fara vepois porem os vostes no faminho?
-Pois…
-Fara defois fulidirmos vrontalmente, e vicar-mos zonzos?!
-Pois…
-E fem dentes?
-Irra!
- Vas então eu viquei ifobilizado!
-Pudera, com uma pancada dessas!
- Ah! Ventão é isso!
-Isso, o quê?
-É que há temvos fá o Fidadão achou esvranho fer um venhor numa fadeira de rodas entalado entre um voste e um muro, ali vunto ao quartel da GNR!
-Espere, repita lá isso!
-Fisso, o quê?
-“Cadeira de rodas”…
-“Fadeira de rodas”, forquê!!!
-Nada, nada…
-O Fidadão até vensou que eram freinos fara os varaolimpicos! Fegundo vontaram, o vomem vazia aquilo vodos os dias! Finha vor aquela afenida avaixo, ali a vartir da Envosta da Varata, felo Modelo, fassava frente á GNR, fempre ás gincanas entre as vloreiras das árvoves, os vostes das luzes, os muros, as fedações, e as faragens dos fautovarros… ia for ali avaixo, fruzamento de Fale de Rãs aviante, até á rotunda do Olival… afé fe um via, fumba! Ficou para ali enfalhado!
-Espere lá, diga “Modelo”!
-“Modelo”, mas… forquê, Shou Dótor?
-Hum… Nada, nada, continue!
-Ai!Aí! Não mexa aí, Shou Dótor! Focê fenha lá fuidado vom iffo! Focê é fruto!!! Fatano!!!
-Ah! Você faz com cada observação!
-Fentão, agora á fusta disto, vá o Fidadão vai ter uns viazitos de faixa, não?
-Sim, daqui, tem que ir a um dentista… mas olhe, entretanto, também lhe diagnostiquei um problema de dislexia, alguma cacofonia, uma certa redundância… mimetismos… e uns certos vícios de linguagem…
-Pudera! Ó Dótor, enfão não vê que isto voi da vorrada?!
Pois, pois! Ora repita lá essa palavra?
-Fual valavra, Shou Dótor?
-“Pudera”.
-“Pudera”, forquê??
-Hum… nada, nada… e depois, não se percebe aquilo que diz!!!
-Ó Shou Dótor, vão ve ferceve o ve eu figo?? Folhe que a vente fanga-se e o famoro afava-se! Afavou a fonversa e frontos!!! E focê ferde um vreguês!... Faraças, Dótor! Assim o Fidadão fai vicar com umas vinhoquices fara fensar!!! E visso é ferigoso?
-Perigoso, como assim?
-Se um fipo vode fir a morrer disso da fafovonia!
-Vamos lá, tenha calma e seja realista! Ninguém morre por uma coisa dessas!
-Vealista, vealista… se o Fidadão fosse vealista até finha medo de vair de casa!
-Então, e porquê?
-Vorque fia vudo negro! Pshh! Pshh! Pshh!
-Então, agora está a cuspir sangue?! E tão vermelhinho! Vê-se logo que você é saudável!
-Ora Shou Dótor, de que côr queria que vosse o meu fangue? Doutra vôr, quer fer?
-Ó homem, evidentemente que não! O sangue é todo vermelho! Vermelhinho! Vermelhão! Encarnado!!!
-Ora forra, ó Dótor, é que vá o Fidadão fá oufiu valar que há vessoas com o fangue azul! O Dótor fabe explicar vomo é que iffo se arranja?
-Ò homem, deixe-se de ideias! Sangue azul têm os insectos!
-Fão oito!
-São oito, o quê?
-Um e secte, Shou Dótor! São oito, não são!!
-Eu não disse um e sete, eu disse os insectos, bolas! Você ouve mal??
-Vealmente ouço uns fumbidos…
-Ah! Então vamos ter que fazer aqui mais uns testes, porque você não está em condições… Ora diga lá, quantos dedos vê aqui, á frente do seu nariz…
-Finco!
-Cinco?! Cinco não! Um!
-Finco zim zenhor! Quatro dovrados e um de fé!
-Também está certo… e agora, está a ver esta esferográfica?
-Vim fenhor!
-Então, diga-me lá , de que côr é que ela escreve?
-Fualquer côr, Shou Dótor!
-Outra poça! Então a esferográfica não escreve a preto? Ora veja, eu a rabiscar!! Está a ver? Estáá?
-Folhe Dótor, quer fer como ela esfreve outras fores! Ummm… umm… ora feja!
-Az.zul! A.ma.re.lo! Ver.me.lho!!!
-Tá a fer, Dótor, a esferovráfica esfreve vualquer côr e fualquer outra voisa até a finta acavar! A vente vode fer uma videologia vas com iffo vode ouvir as dos voutros fenão não há fluralidade de ivéias e iffo emfrovece as vociedades!! E o Dótor fá a fer mal veducado!
-Eu?! Mas… como assim?
-É que o Dótor vanda a vazer festos ovcenos fom os vedos!!!
-Ora essa!! Mas por que carga de água?
-Vez, vez, fe eu vem fí! O Shou avontou vara o Céu, com o vindicador!
-E isso é um gesto obsceno!!!
-Afão não é? Afão não é o festo que o Vim Laden vez vara as votogravias? E vepois o Dótor volocou o dedo folegar fobre o vindinho e os outros vois! Ifo é uma vatitude de vepressão! O volegar fobre os outros! E os outros fubejugados! Venha faciência Dótor! Visso não se Vaz! O vrandalhão a ofrimir os fequinininhos! E vepois, o vindicador é o favusador! E a afontar vara o Féu! Ora veja fem! Fomo na Igreja de Fonstância… vestá um Santo a avontar fara o olho do voutro Santo, forque tem lá um argueiro! Vas o olho do caponta vambém tem um!!! E fá viu ó Dótor, o que feria da mão fe só fivesse vois vedos? O favusador e o vefressor? Finha fouca ufilidade!!
-Você está é a dar-me cabo da paciência!!! È uma tramelga!!
-A famelga, Shou Dótor, a famelga fai andando vem de saúde… a Fonpanheira anda um pouco engripada… é do tempo, sabe? O Vúnior, esse vomeçou o ano lectivo, e a vata Fristie… o Fidadão vesconfia que ela anda frenha!
-Eu disse “tramelga”, não disse “famelga”! Caraças!!!
-Ó Shou Dótor, há fales que fêm vor vem! Ora feja que cá o Fidadão, á vonfersa com o Dótor até se vente fais vescomfrimido! Já há umas femanitas que frecisava de vonversar afim vom alfém! Agora fenho foutro frovlema! Com estes fumbidos, e festas vores, não ve fem nenhuma ideia para esfrever no flogue!
-O quê? Você tem um blogue?!!
-Fim, e fama-se “Frónicas de um Fidadão de Avrantes”!
-E você é que escreve lá?
-Fim, forquê?
-Então… e porque não escreve este episódio que se passou consigo?
-Olhe! Fambém é uma voa idéia, fim fenhor!
-Ora bem… tem que levar… aqui… uma compressa…
-Vompressa Dótor!!! Volhe fe vompressa e vem não há fem! E vais! Vevagar fe fai ao longe! Dótor!
- Vá, pode sair que tenho mais pacientes á espera!
-Fom lifença, Shou Dótor, então fons dias e um fom travalho!
-Faz favor de fechar as portas, sim?
- Falou do Vortas? Shou Dótor? Fual deles?
-Vá, vá, andôr, andôr, e mande lá entrar o outro doente!
-Vadeus!

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

TIAN AMÉN


TIAN AMÉN
O molde seria um dissidente, um Tibetano,
um jornalista ou… uma meniiinaaaa!!!!

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

TEMPO…


TEMPO…
Primavera, Verão, Outono, Inverno… de manhã, à tarde… à noite!
Quando faz calor…que canícula… estraga as plantações, é desagradável… o frio é que é bom… quando faz frio… até enregela os ossos… e tudo se queima, temos saudades do calor… se chove… é inconveniente… são as inundações… vai tudo por água abaixo… se o Sol brilha… encandeia… e provoca o cancro da pele… ah! Uma chuvinha é que vinha mesmo a calhar… se o vento sopra… é aborrecido… porque derruba tudo á sua passagem e… despenteia… se não mexe uma brisa… aqui D’el Rei que não se faz a polinização… as plantações não resistem!
Há um tempo para nascer… e um tempo para crescer… um tempo para brincar… e um tempo para aprender… um tempo para lutar… há um tempo para viver… um tempo para escolher e um tempo para mudar… há um tempo para amar! Um tempo para reflectir… um tempo para sonhar… e um tempo para criar… também há… um tempo para odiar… e um tempo para sofrer… e no fim dos tempos… ainda nos resta… um tempo… para morrer.
Nascer… crescer… brincar… aprender… lutar… viver… escolher… mudar… amar… reflectir… sonhar… criar… odiar… sofrer… morrer…
E há os motores… a combustão interna… motores cíclicos… a dois tempos e a quatro tempos!
Devemos dar tempo ao tempo porque perdemos o tempo se tivermos pressa em viver todos estes tempos!
Que horas são?! 
Que chatice!! 
O Cidadão já se esqueceu… do tempo que por aqui passou! 
O tempo sumiu! 
É tarde… e tem que ir trabalhar! 
Com licença… até à próxima!
 

domingo, 21 de setembro de 2008

Paulo Alves

“Paulo Alves”

Um blogue em gestação… a equipe do Cidadão colaborou… emprestou os conhecimentos técnicos, só não emprestou a “Bola de Cristal”… Se quiseres ajudar alguém, “não lhe dês o peixe mas, ensina-o a pescar”. As nossas ideias poderão coincidir ou… as nossas ideias poderão divergir mas… isso é irrelevante… daqui para a frente, o importante é seguires o teu caminho. AGORA, FORÇA! BITAITA PARA AÍ!

BEM-VINDO Á GLOBOSFERA!

PARABÉNS


segunda-feira, 15 de setembro de 2008

AQUI HÁ PARDAL...



AQUI HÁ PARDAL …

A pedido de “várias famílias” e porque o post onde este comentário estava inserido ficava muito lento e pesado, o Cidadão resolveu transformá-lo em outro post. Aqui vai!
Hum...Aqui há Pardal... O Cidadão resolveu deixar livre o Post anterior, "O NOIVADO" por princípio, e para quem quiser enviar mensagens aos passarinhos... decorrido um período de tempo de incubação, resolveu finalmente, feed-bekar com o comentador do post anterior... Primeiro recorreu ao método maiêutico e à introspecção, sem sucesso... de seguida foi consultar a velha Bola de Cristal...que reside no seu sótão. Esta começou por lhe mostrar a chaminé da sua própria casa com um ninho... de Pardais...aqui, o Cidadão passou-se e deu-lhe duas lambadas... vociferando:"ah! Sua p*#ta, (xô, sai daí, gata Cristie, que me atrapalhaste o teclar)… vê lá, não gozes cá com o Cidadão, senão vais parar ao caixote do lixo!!! E não é que a gaja, depois de ver jeitos de baldear da mesa atoalhada a negro, direitinho ao chão, começou a mostrar imagens mais sérias? Primeiro a "Turma da Mônica"... depois o "Professor Pardal", a seguir os “pincéis e trinchas Pardal”… as "Tintas Pardal"... hum... olha lá que o Cidadão não é para festas... quando fica com os "azeites"... o Cidadão voltou a ameaçá-la... "olha vê lá, vê...que te parto toda!"...e ela com uns tons amarelados... talvez o sorriso maroto... lá mostrou um castelo dos Templários... com um cavaleiro fantasma...arrastando umas correntes… o numero VII no elmo... o cavaleiro saiu do castelo em noite de lua cheia, foi cavalgando... no seu cavalo mascarado e brilhante, pelos trilhos fora, até chegar a uma encruzilhada, em zona de pinhal... a meio de uma encosta... era noite escura... os raios de luar traçavam as pernadas dos pinheiros, por entre a neblina... projectavam-se no solo coberto de caruma... ali, surgiram-lhe sete Fadas... uma delas... que disse chamar-se Madalena... com uma varinha mágica de sete estrelas numa das pontas... indicou-lhe um caminho lá mais para o cimo do monte onde encontraria uma Igreja... só, num ermo... o vento assobiava pelas copas das árvores... pelo campanário... brisa fria e cortante...e encostado ao pórtico dessa Igreja, achou um pote de barro com cem moedas... brilhando com a luz do luar... depois de as deixar escorrer, fascinado, pelos intervalos dos dedos... reparou que eram soldos!
Ah! Ganda bola de cristal! Sempre funcionas! Poças!
Daí, o Cavaleiro Templário rumou a uma aldeia bem perto... apeou-se da sua montada, entrou numa tasquinha com balcão rústico, corrido, e tampo de madeira... deparou-se com uma taberneira roliça e forte, de sorriso franco, que lhe apontou umas escadinhas ao canto da taberna... subiu as escadinhas estreitas, também em madeira… rangendo… até um piso superior... sentou-se numa mesa... não... não era redonda como a Távola... era corrida e acompanhada de bancos pequeninos, em madeira... com pratos e copos de barro, decorados... mandou vir sangria, ovos cozidos e chouriço assado a acompanhar... Pão alvo... olhou em volta… reparou na decoração da sala, revestida a madeira, com janelas pequeninas e quadriculadas... nas paredes, quadros alusivos aos "Folie Bérgére" e ao "Moulin Rouge", entretanto a taberneira surgiu ao cimo das escadas… cabelos ondulados, longos e soltos adornavam um rosto rosado… pendendo sobre uns seios volumosos e hirtos… bem torneados e… semi desnudados… até onde termina a realidade e começa a imaginação… esboçando um sorriso cúmplice,a taberneira debruçou-se suavemente sobre a mesa… com olhar matador, depositando sobre ela… um jarrão!... Aqui, o cavaleiro, de olhos esbugalhados, teve uma visão fantástica!!! Ah!
O Graal!!! Pareceu-lhe ter avistado o grande Graal!!! Mas não… era apenas uma jarra em barro, decorada com os mesmos desenhos da restante louça… contendo dois maravilhosos litros de sangria! E á sua roda... os sete amigos! Se um destes amigos for o "tal" Pardal… então vamos ter muito que conversar e reviver! Se este Pardal não se encontrar no grupo dos sete cavaleiros, então, seja bem vindo quem vier por bem e... "Traga Outro Amigo Também!"
O trabalhinho de literatura é dedicado ao Pardal, seja ele quem for!
Resta decifrar este enigma dos Templários... mas só se o ciberleitor, possuir o "mapa do passado"!

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

O LIVRO



O LIVRO
Num dia destes, o Cidadão deparou-se com um caixote de cartão, alto, em tons azul e branco, de bocarra aberta, que, acompanhado de uns dizeres, convidava os transeuntes a depositarem nele, os seus livros ou manuais escolares, propondo serem ressarcidos até vinte por cento do valor de capa, caso esses livros se encontrassem em bom estado de conservação… o Cidadão parou, e perdeu-se em profundos pensamentos ao tomar consciência de tão vil proposta… porque, para o Cidadão, um livro, por mais amassado, velho e gasto que se encontre, contém pelo menos duas mensagens… a implícita no seu contexto, que poderá ser apresentada em prosa, poesia, ficção, ou de conteúdo técnico ou didáctico… científico, filosófico, teológico, estórico ou histórico, ou um banal manual escolar… e a outra mensagem… aquela da relação entre o livro e o seu detentor… os simples apontamentos durante as aulas, descarregados apressada e desajeitadamente nas suas páginas… a divagação de um esboço fantasioso elaborado durante uma lição mais massuda e desinteressante... uma paixão de adolescência rabiscada no segredo das suas entranhas… em forma de corações acasalados com as iniciais dos apaixonados ou divertidos bonequitos… a intensidade do momento em que se leu uma obra mais profunda e elaborada… conjugada com a situação social do país ou acontecimentos de relevo, emoções… traz a todos nós, memórias… e as memórias são como os filmes…mas revivem-se sem se verem… são flasches do passado… e esses livros… a sua indução! As memórias rebuscadas nas capas desses livros, no interior desses livros, quanto mais rabiscados… ou, por mais antigos ou envelhecidos estejam, mesmo amarelecidos pelo tempo, com as páginas descoladas ou lombadas desfeitas e amassadas… minados pelo caruncho… ou colados pela humidade… são sempre memórias… e as memórias valem milhões… o Cidadão tendo livros desses, de quando em vez olha para eles… um a um… e vive profundamente o seu interior… e sente a sua alma… a sua… e a dos livros… se é que você, ciberleitor já descobriu que os livros também têm vida… e desta forma, o Cidadão sentiu enorme desconforto quando um caixote se cruzou no seu caminho convidando-o a despejar no seu ventre, pedaços do passado… sentiu-se mal… mesmo muito mal… e questionou-se… se ali depositasse os seus livros… Os Cinco, o Astérix, o Tintin, o Luky Luke… as histórias aos quadradinhos… todas as aventuras, todos os sonhos, e todos os outros que o enriqueceram e o acompanham pela sua vida adiante… os manuais escolares que ele carregou na mochila durante anos… e os mais maduros e sérios que ajudaram a formar a sua personalidade… despejaria naquele ediondo caixote azul… parte da sua alma… e histórias da sua vida… seria um traidor de si próprio… e nunca mais se perdoaria a si mesmo… NÃO! Não lhe peçam uma coisa dessas! E o Cidadão entretanto, vai-se recordando… do primeiro livro que leu… tinha seis anos de idade… noutras paragens longínquas… lá nos confins da mamã África… deitado na sua cama… num pequeno quarto…afinou a vista pois à noite, a luz era fraca e difusa… habituou-se a juntar as letras… depois as sílabas… começaram a ter significado… de seguida passou a formar palavras… não podia crer!... as frases!… as frases faziam sentido… as frases tinham significado… e associavam-se às imagens que as acompanhavam… parecia magia! Parecia um sonho… e o Cidadão começou a ler de seguida… tudo direitinho… pensou no significado do que tinha acabado de ler… leu mais um pedacito… voltou a parar!... E um novo mundo se abriu para ele! 
O texto começava assim:
“Era uma vez um lobo.
Como o lobo feroz… Fujam, aí vem o lobo!
Tinha dentes de lobo,
Os olhos a luzir…Como o Lobo feroz.
Mas…
Não fazia mal a uma mosca, coitado!
Com ele os três cabritinhos viveriam em paz.
E era uma vez, também,
Um menino perdido e só no mundo.
Nada metia medo àquele herói de palmo e meio.
Ora, certa manhã,
O lobo e o rapazinho
Encontraram-se á beira de um caminho.”
O Cidadão respirou fundo… de consolo… e veio-lhe um intenso cheiro ao velho papel do livro… ou da tinta das ilustrações… mas neste momento… sim no momento em que escreveu este texto… que o ciberleitor está a ler… veio-lhe novamente esse aroma… intenso… o mesmo aroma dos seis anos… olha para o lado… sente dificuldade em prosseguir com a execução do texto… porque a emoção é forte… tem esse livro à sua esquerda… junto às teclas do computador… e parou por um bocadinho… de escrever… porque a memória é forte… a memória está viva… e recorda-se de quem lhe ofereceu esse livro… foi o padrinho… sim, e o álbum ilustrado intitula-se: “O lobo meu amigo”, texto de Marcelle VÉRITÉ e ilustrações de Philippe SALEMBIER da editora VERBO INFANTIL, edição nº 340.
Foi nesses seis anos que o Cidadão começou por construir ideias…
Agora imaginem, despejar no livrão azul, esta preciosidade… e ficar ali, misturado com tantos outros, no anonimato… aguardando que uma máquina o trucide… e imaginem também, cada livro, cada álbum, uma história… diferente… não só a contida… mas a outra… a vivida!
Afinal, quem terá a coragem de despejar assim, num caixotão… retalhos da sua vida? Só mesmo uma pessoa a quem os livros lhe causaram estorvo e peso dentro da mochila! Só alguém que precisou de uns metros deles para preencher um espaço vazio na estante da sala… dá assim… um ar mais intelectual… Só mesmo gente envolvida num mundo materialista, para quem, um livro não passa de um subproduto da madeira com umas coloridas tisnadelas, distribuídas armoniosamente pelas páginas de todo ele! Só de alguém que, mesmo virtualmente letrado é insensível aos valores humanos…
E sabeis que mais? Há seres humanos tratados como esses livros… servem para embelezar as estantes e preencher os espaços vagos de outros seres humanos… e com o seu uso vão ficando completamente amassados, rabiscados e esfarrapados… e depois das suas lombadas perderem consistência… e das suas páginas se começarem a descolar… depois de se fartarem deles, outros os jogarão fora, fria e impiedosamente…
No caixotão azul!
 

domingo, 7 de setembro de 2008

PÉTER BESENYEI


PÉTER BESENYEI

Piloto acrobático, de testes e instrutor de voo… nacionalidade Húngara, com 52 anos de idade… tez enrugada e envelhecida… mas no seu interior… Um exemplo para muita gente! Um exemplo pelos seus reflexos, um exemplo pelo seu arrojo, um exemplo pela sua jovialidade, um exemplo pela sua alegria contagiante…um exemplo… pelo prazer e pela felicidade com que desempenha as suas tarefas… e mesmo que não ganhe as provas, já ganhou, á partida! E também dá a ganhar àqueles que, apesar de bastante mais novos, arrastam dentro de si, espíritos completamente envelhecidos, se, evidentemente, lhe seguirem o exemplo.
Ah! E não é necessário “voarem”!
 

sábado, 6 de setembro de 2008

DITAS DURAS



DITAS DURAS

Numa sala pintada de branco, despida de qualquer adereço, foi colocada uma mesa quadrada, em pinho crú, e no centro desta, um copo meio de água. Junto á mesa, posicionou-se um banco, também espartano, da mesma madeira, onde, á vez, se sentaram dois homens. 
O primeiro ficou durante cinco minutos a olhar para o copo meio de água, isolado na sala… de seguida executou-se o mesmo com o segundo homem… foi-lhes pedido, á posteriori, que cada um deles, também isoladamente, descrevesse o que tinha visto… O primeiro homem disse ter visto um copo meio vazio de água… enquanto que o segundo homem disse ter visualizado um copo meio cheio de água… e o copo era o mesmo… e a quantidade de água…também igual… De seguida, informaram-se os dois homens, ainda separados um do outro, que durante doze horas nada beberiam e só decorrido esse tempo é que desfrutariam apenas da água … que tinham no copo! O primeiro, ao alcançar o copo, ingeriu a água toda de um só trago! Enquanto que o segundo homem, ingeriu apenas metade da água existente no copo! E porquê? Porque, para cada um deles, a mesma situação tinha uma representação diferente!



O tempo das ditaduras terminou? A ditadura do Estado totalitário, sim! Embora ainda haja quem pretenda afirmar as suas, tentando manipular a opinião pública de acordo com um ponto de vista mais ou menos utópico, evidenciando as situações negativas e omitindo as positivas, estratégia contemporâneamente bastante utilizada pela comunicação social com o intuito de vender eficazmente o seu produto ou seja, a informação.
Mas existem as outras ditaduras… a ditadura das modas e a ditadura das marcas! Formam-se tribos em volta de uma marca de roupa! E cria-se divisionismo entre essas tribos, pura e simplesmente porque vestem marcas diferentes…marcas de marca… e marcas das marcas de marca…compradas dez vezes mais inflacionadas do que as suas congéneres que são só de marca… ao ponto de formarem os seus grupos como “os Betinhos”, “os Nikes”, “os Adidas”…”os Rastafaris”,”os Dreeds”, “os Góticos”, etc… Vestes que se rejeitam, depois de passada a época daquele corte ou daquele padrão! Há lugares e bares frequentados e seleccionados por estas tribos! Dá-se importância ás noites, em detrimento do dia! Chama-se a isto, segregação e divisionismo! O que não é saudável em qualquer sociedade…Observarão que será próprio do crescimento do ser humano… da idade do armário…será uma fase da adolescência… muito bem… agora vamos crescendo… e vejamos… a ditadura continua…Investe-se na marca e no modelo do automóvel, uma lata de preferência melhor do que a do vizinho, mas sem piscas nem travões… onde se satisfaz o ego… mete-se a família dentro e fazem-se competições…e serve para se vencerem batalhas em vez de se vencerem distancias… porque o meu tem mais cavalos do que o teu… mas por vezes perdem-se essas batalhas…e volta a investir-se… no modelo mais á frente porque o outro já está ultrapassado! Investe-se na marca e no modelo do telemóvel, que toca invariavelmente no restaurante, a meio da refeição… e se atende com garbo… e uma certa ostentação!
-Ttralará lará trá tá… tchim pum!” Canta o telemóvel.
“-Tou… cinho?!”
E os admirados e os invejosos, contemplam o aparelho…não dos dentes… mas o telemóvel, poças! Aliás o telemóvel é o único apêndice que o homem cobiça possuir do tamanho mais pequeno! E volta-se a investir… sem necessidade, num modelo ainda mais pequeno e avançado! Investe-se na dimensão da habitação… multi-chaminés…. Com janelas tipo fenêtres… e jardim para se esticar… Investe-se na sofisticação das férias, por quinze dias…
“-Onde vais passar as férias? …”
A Cancún, á Polinésia, ás Caraíbas ou ao Brásil…ao Afeganistão?! Isso é que não!
”- Oh! Que sítio tão chic! E foi carooo?!”


Percorrem-se centenas de quilómetros ao fim de semana para nos embrenharmos nos Templos…de consumo! E nos hipermercados procuram-se os produtos de marca… aqueles da publicidade na televisão… mas isto durante as primeiras semanas do mês… Porque nesta sociedade de consumo mais vale parecê-lo… quando não se consegue sê-lo! E cobiça-se! Cobiça-se tudo! E não se resiste ao impulso! Depois segue-se o sintético e o artificial! Investe-se nas faces recauchutadas, nos seios insuflados e…nos cartões de plástico! De crédito, de débito, oferecidos de mão beijada! O dinheiro de plástico… Esse dinheiro fácil de alcançar! Ao pé dos electrodomésticos, nos stands, nas agências…tropeçamos nele! Há crédito para isto e crédito para aquilo! E parece oferecido… mas será bem vendido…esse vil metal! E quem não tem dinheiro não tem vícios, mas quem dinheiro tem… vícios arranja! Olha-se para o próprio umbigo…Satisfaz-se o ser, valoriza-se o materialismo, vive-se para o presente e para o momento…, não se olha o futuro… não se fazem contas…Responde-se automaticamente aos impulsos consumistas…
“- Olha, levamos o LCD! Ou o plasma?!
Já está ultrapassado!!! E é tão fácil levá-los para casa! E fica-se investido! E as tribos continuam… agora as do futebol, a tribo do Benfica, a tribo do Sporting, a tribo do Porto e outras tantas tribos…e vem a mobilização nacional! E fazem-se pinturas de guerra! Erguem-se bandeiras, cantam-se Hinos, pára o País, encharcam-se os fígados com cerveja e degladiam-se as pessoas! Desporto de massas… entretenimento para o povo! Vem a política! Discutem-se pensamentos, impõem-se ideias, erguem-se bandeiras, oferecem-se brindes, fazem-se promessas, Ilude-se o povo… bebem-se copos de vinho… e …degladiam-se as pessoas e no final da competição…ora bolas, são todos iguais! Chega-se ao fim do dia. Entra-se em casa… aguarda-se pelo jantar…ralha-se com as crianças e…discute-se com a Mulher…dá-se porrada… se preciso for… Porque a Mulher se quer submissa…e sem opinião…Deita-se e ressona-se…ressona-se alto…enquanto a Mulher…ouve…e chora… chora em silêncio… sim porque é próprio das Mulheres…
Chorarem…
Em silêncio!
E das Mães…
Chorarem em silêncio!
- Filha!!! Mas o que foi que te aconteceu?!”
“-Caí do escadote… enquanto limpava o tecto…”
E você?
Sim, você que está a ler… já ouviu isto em qualquer lado?!... Ou num lado qualquer?


Só nos primeiros oito meses deste ano perderam a vida, trinta e cinco mulheres, vítimas de carícias domésticas!



Chega-se o fim do mês, dos meses... dos anos…E vêm outras ditaduras, outras repressões… as ditaduras dos créditos de mão beijada! Os tais de mil sorrisos e duas mil facilidades… que agora cobram os juros…altos… e os juros dos juros…altos… e os juros dos juros dos juros…altos! E tudo porque…”os olhos foram maiores do que a barriga!” E esses, as vitimas destas ditaduras, passam a servos dos bancos e a escravos do consumo! Desfazem-se dos lares, desfazem-se dos carros, desfazem-se das esposas, desfazem-se dos filhos, desfazem-se das famílias… desfazem-se as famílias… e, enquanto alguns… ficam com as vidas desfeitas… outros se desfazem das próprias vidas! Uns entram em becos sem saída… outros desesperam…e procuram saídas diferentes… e a violência sai para a rua!
Porque vivemos numa sociedade materialista e ditada de consumismos!