.

.

Este militante anti-cinzentista adverte que o blogue poderá conter textos ou imagens socialmente chocantes, pelo que a sua execução incomodará algumas mentalidades mais conservadoras ou sensíveis, não pretendendo pactuar com o padronizado, correndo o risco de se tornar de difícil assimilação e aceitação para alguns leitores! Se isso ocorrer, então estará a alcançar os seus objectivos, agitando consciências acomodadas, automatizadas, adormecidas... ou anestesiadas por fórmulas e conceitos preconcebidos. Embora parte dos seus artigos possam "condimenta-se" com alguma "gíria", não confundirá "liberdade com libertinagem de expressão" no principio de que "a nossa liberdade termina onde começa a dos outros".(K.Marx). Apresentará o conteúdo dos seus posts de modo satírico, irónico, sarcástico e por vezes corrosivo, ou profundo e reflexivo, pausadamente, daí o insistente uso de reticências, para que no termo das suas análises, os ciberleitores olhem o mundo de uma maneira um pouco diferente... e tendam a "deixá-lo um bocadinho melhor do que o encontraram" (B.Powell).Na coluna à esquerda, o ciberleitor encontrará uma lista de blogues a consultar, abrangendo distintas correntes político-partidárias ou sociais, o que não significará a conotação ou a "rotulagem" do Cidadão com alguma delas... mas somente o enriquecimento com a sua abertura e análise às diferenciadas ideias e opiniões, porquanto os mesmos abordam temas pertinentes, actuais e válidos para todos nós, dando especial atenção aos "nossos" blogues autóctones. Uma acutilância daqui, uma ironia dali e uma dica do além... Ligue o som e passe por bons e espirituosos momentos...

quinta-feira, 30 de abril de 2009

MISTÉRIOS DE TUBUCCI






MISTÉRIOS DE TUBUCCI

Batiam as vinte e quatro badaladas… hora das bruxas se reunirem nas encruzilhadas. Ofegante e a penantes, o Cidadão trepava a Avenida 25 de Abril … sendo a mais frequentada de Tubucci, apesar da hora tardia de quando em vez, nela passava um carro… brigando com a luz ténue dos candeeiros e a névoa teimando em confundir o horizonte…

Escorregava-se na calçada portuguesa graças á densa humidade do gravanejo nocturno.

O distante pio do mocho fazia-se ouvir…

Tocada pela aragem fria, uma hera pendia sobre muralha de pedra e cimento que servia de base ás vivendas altaneiras o outro lado da rua …

Mais um veículo se aproximava á retaguarda… precedido do feixe luminoso trespassando a escuridão, revelador de grotescas formas até então indecifráveis… ali, junto ao 637, o Cidadão olhou ocasionalmente para a tal muralha… debaixo da densa folhagem algo de estranho se lhe afigurou … qualquer coisa de vermelho vivo, brilhava no seu seio… aparentava um enorme olho, aureolado a branco pálido...


Um calafrio percorreu-lhe a coluna…talvez o frio… ou pura adrenalina…

Seria o lobisomem… ou o senhor das trevas!!! Um vampiro… talvez… as tais bruxas que por ali se ocultassem… aguardando pelo momento certo… A viatura seguiu seu destino, deixando cá o rapaz entregue á sorte madrasta… entretanto o olho perdera intensidade… esquisito… que seria aquilo sinistro no meio da vegetação? O gravanejo aumentou de intensidade…e este praça acelerou o passo…

Aproximou-se outro automóvel… outro feixe luminoso incidiu sobre aquelas frondosas heras... repetiu-se a “coisa” horrenda… um branco agora brilhante, aureolado pelo intenso vermelho… formava um “V”…

O Cidadão recorria á imaginação…para decifrar aquele enigma… aparentava serem brasas… no meio da húmida vegetação… não, não tinham razão de ser… apagar-se-iam com a chuva… o veículo afastou-se, levando “aquilo” com ele… mesclado na densa escuridão da folhagem…

Na incerteza, o Cidadão foi ao seu destino seguido pelo eco dos seus próprios passos.

Não descansou até que, no dia seguinte e com Sol radiante, resolveu regressar àquele estranho local… queria deslindar esse mistério… e apurar toda a verdade… desta feita caminhando junto á muralha altaneira…


se bem quando vislumbrou um tubo de ferro branco, listrado a vermelho, aprumado no passeio… cuja extremidade mergulhava no interior da vegetação… olhando para cima, chegou-se cautelosamente ao poste …não fosse o Diabo tecê-las, tendo sido assim que descobriu o mistério!

Duas figuras negras estáticas, representavam crianças correndo uma atrás da outra… Magia negra? Oh! Não!


Era apenas o sinal de trânsito anunciador da proximidade de escolas! Foi a descompressão total e o alívio!

Os transeuntes acharam curiosa esta atitude… também se aproximaram curiosos, questionando…

-É um ninho?

-Não, é um sinal de trânsito…

-Ah!

Daqui, o Cidadão partiu para outra!

E o que descobriu? Que estando esta Tubucci rodeada de forças militares, seria natural que a camuflagem estivesse sinalipresente!

Olha mais um…



E esta… hã?

Um pouco mais de atenção e já nas Bicas… bem pertinho do campo militar… supôs cá o Cidadão encontrar uma panóplia deles… bem pensado… bem dito… bem feito!

Outro!... Ena taaantos!

Mais outro!


Ainda mais este!


E este… Hã hã?


Que espectáculo… estes mais á vista parecem dissimular-se com a paisagem!

Como este, por exemplo…


A propósito da paragem de autocarros… quando o Cidadão batia esta foto logo foi interceptado pela moradora da casa que se encontra junto que, com uns olhitos bastante brilhantes para a idade questionou-o com ar esperançado e nos seguintes termos:

-É agora que vocês vão consertar a paragem?

-Não minha senhora… as fotos são para mostrar na internet quão esquecidas estão estas sinalizações!

“-Oh, senhor, cá eu pensava que fosse da Câmbra! Olhe, sou eu que pinto essa paragem todos os anos! Está aqui de frente á minha casa e cada vez que a pinto, também dou aí uma passagem de tinta! Senão… está a ver. Isso aí ao abandono e ficava eu com a frente da casa toda desmazelada! Agora esse barrote é que está quase a partir-se, e isso já não consigo consertar sozinha! Ainda se há-de aleijar aí alguém!!”


E impotente, o Cidadão despediu-se da senhora com a mágoa de, a dado momento lhe ter suscitado falsas esperanças…

sexta-feira, 24 de abril de 2009

NA LOJA DO CIDADÃO




NA LOJA DO CIDADÃO



Na Loja do Cidadão…

A funcionária não deverá usar decote,

até quantos centímetros de avanço?

Nem mini-saia,

Na Loja do Cidadão.

até quantas polegadas de perna?

Na Loja do Cidadão…

A funcionária não deverá envergar jeans apertado…


até que número acima?

Nem t-shirt justa ao corpo… pois então,

Lá p’la Loja do Cidadão…

Na Loja do Cidadão…

Não se usa lingerie escarlate ou negra,

quais os modelos?

Salto alto… ou sorriso,

Lá pela Loja do Cidadão…

Na Loja do Cidadão…

Não se usa perfume activo ou…

qual a intensidade do aroma?

Voz meiga e sensual…

Lá pela Loja do Cidadão…

Na Loja do Cidadão só assim…

Pois então?

Não… assim não,

Pois o negro justo ao corpo…

Desenvolve a imaginação!

Esta funcionária revela falta de consciência, em matéria de segurança. A pele totalmente exposta fica vulnerável ás queimaduras, insectos voadores, pedras e arranhões e além disso não sabemos o que lhe pode acontecer, se ela cair!


Ou talvez assim…

Lá p´rá Loja do Cidadão…




?




???