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Este militante anti-cinzentista adverte que o blogue poderá conter textos ou imagens socialmente chocantes, pelo que a sua execução incomodará algumas mentalidades mais conservadoras ou sensíveis, não pretendendo pactuar com o padronizado, correndo o risco de se tornar de difícil assimilação e aceitação para alguns leitores! Se isso ocorrer, então estará a alcançar os seus objectivos, agitando consciências acomodadas, automatizadas, adormecidas... ou anestesiadas por fórmulas e conceitos preconcebidos. Embora parte dos seus artigos possam "condimenta-se" com alguma "gíria", não confundirá "liberdade com libertinagem de expressão" no principio de que "a nossa liberdade termina onde começa a dos outros".(K.Marx). Apresentará o conteúdo dos seus posts de modo satírico, irónico, sarcástico e por vezes corrosivo, ou profundo e reflexivo, pausadamente, daí o insistente uso de reticências, para que no termo das suas análises, os ciberleitores olhem o mundo de uma maneira um pouco diferente... e tendam a "deixá-lo um bocadinho melhor do que o encontraram" (B.Powell).Na coluna à esquerda, o ciberleitor encontrará uma lista de blogues a consultar, abrangendo distintas correntes político-partidárias ou sociais, o que não significará a conotação ou a "rotulagem" do Cidadão com alguma delas... mas somente o enriquecimento com a sua abertura e análise às diferenciadas ideias e opiniões, porquanto os mesmos abordam temas pertinentes, actuais e válidos para todos nós, dando especial atenção aos "nossos" blogues autóctones. Uma acutilância daqui, uma ironia dali e uma dica do além... Ligue o som e passe por bons e espirituosos momentos...

sábado, 18 de julho de 2009

A TURBINA


A TURBINA…
Naquela noite o tédio alastrava pelo lar do Cidadão… a gata Cristie esparramada de barriga para o ar… o Júnior Shegundo cravado à web… a Companheira tricotando… se bem quando surgiu o flash!
É isso!
-Ò Companheira! E se formos ver a Turbina?
-A turbina? Então agora queres ir ver a Turbina?
Bem dito, bem feito!
-Olha lá, por esses sítios não haverá muita gente com os mesmos propósitos??
Foi a interjeição da Companheira
-O que queres dizer com isso?!
-Sabes… toda a gente leva os seus bólides e aquilo deve estar tudo entupido de trânsito!
-Não faz mal! Levamos a Coty!
-Pois é! Tens ideias! Assim conseguimos desenvencilharmo-nos no meio dos automóveis!
Deixámos o Ferrari na garagem pegámos nos capacetes, e após um empurrãozinho na máquina, a tipa lá entrou em carburação,
rrréééé…té, té, té, té…, té…, té…, té…, té…, rrréééé…té, té, té, té…, té…, té…, té…, té… rérérérérrrrrrréééééé!
O Cidadão assumindo os comandos, a Companheira à pendura e a gata Cristie agachada sobre o depósito de combustível…
-Olha lá uma coisa… a gata não precisa de usar capacete?
-Sei lá! Agora os polícias andam todos entretidos com a Turbina… nem reparam no pormenor…
-Seja o que Deus quiser… e três ocupantes?
-Pois…
Assim se fez uma viagem disputando subidas esganadas e descidas embaladas por 140 quilos de gente e mais quatro quilos de gata!
Realmente, umas centenas de metros antes de alcançar a turbina já o fluxo rodoviário se encontrava entupido por éne viaturas estacionadas e outras tantas enfileiradas com os motores roncando marados sobreaquecimentos.
Abrantes estava toda ali! Coisa semelhante só nas noites de foguetório!
Foi um desviar e ultrapassar tanta lata que dava um certo gozo aos três montados na Coty da mesma côr d’um Ferrari!
-Ena… páááá!

Alcançado o destino… mal a gata Cristie avistou tão pálido e monstruoso objecto, saltou para o chão, arqueou o corpo em bicos de patas, pêlo eriçado e cauda esticada, soprando como nunca se tinha visto!
-Coitada! È tão sensível…
- Pois, nunca a deveríamos ter trazido para esta coisa… pode vir a ficar com um trauma para o resto da sua vida!
-Não faz mal… ainda tem sete…
-Óh! Olha! Agora deu de frosques!
-Não importa, os gatos têm um sentido de orientação mui refinado e vai dar a casa.
-Não nos levam a Coty?
-Não! Está tudo fascinado com tanta luz cintilante!
Entretanto aquela coisa enorme ia-se aprochegando bué devagarinho… psicadélicas amarelas quanto baste, as motas da polícia cruzando incessantemente as redondezas num incessante flaxar de azuis denunciando as zonas mais sombrias das habitações… e centenas de rostos boquiabertos que assistindo…

Dispara o tirrrim… tirrrim… do comboio… o pessoal sai de cima dos carris… faz-se soar o apito do trem que entretanto passa veloz com os clarões das janelas das carruagens iluminando um cenário dantesco.

Que coisa tremenda! Tirando o Rex, o Mozilla e o King Kong todos juntos, jamais se tinha visto uma cena assim!
O ronco dos motores dos camiões era enorme! 
O silvar do ar dos travões, uma constante!
Aquilo soprava por todos os poros!
Chegando mais rente…

-C’um trezetas rodas!
-Também não exageres!!! Trezentas não mas p’rái umas duzentas… talvez!
-Prontos! C’um duzentas rodas!!!

-O quê?! Não ouço nada com tanto barulho!
-Olha lá, aquela coisa que parece um módulo lunar… não ficaria bem no hall de entrada de nossa casa?

-Estás doido ou quê?
-Prontos, depois não cabia lá o jarrão Egípcio… isso também é verdade… mas deitava-se fora.

-Egípcio o caraças! Julgas que não sei que o compraste aos marroquinos, ou quê!
-Fala baixo… que as pessoas não precisam de saber isso!
-Deixa-te de invenções… tá?
-Então e na sala de jantar… colocávamos o módulo juntinho á lareira… s’tás a ver?
-Mas… se calhar querem muito dinheiro por aquela coisa…
-Talvez… mas era um bibelôt jeitoso…

-E depois onde é que metíamos as visitas? …E para passar a comida pelo kitchenet… isso é que havia de ser lindo!
-Prontos… deixava-se lá fora… no jardim… perto da piscina… juntinho ao pilar da floreira!
-Olha! Não te ponhas com ideias, tá?
-Vá cala-te, que isto pode vir a ser o segundo passo para o nosso divórcio!
-Ai pode?! Ai pode?! Então diz lá qual foi o primeiro passo que deste ãh, ãh?
-O primeiro passo foi dado no dia do casamento…
-Caraças… que me estás a fazer passar dos carretos! Mas o que fizeste nesse dia, ãh? O que foi, posso saber?
-O casamento!
-No nosso casamento?! Mas estás a gozar comigo ou quê?
-Não! Tem calma! Então achas que se não nos tivéssemos casado, nos conseguiríamos divorciar?
-Como assim???
- … Vê bem, para nos podermos divorciar… primeiro temos que nos casar…
-Olha o engraçadinho hem! Estúpido! Ai que me vou a tí!
-Calma! Calma! Tem lá calma! Olha as pessoas todas a repararem nestas figuras tristes! Presta mas é atenção à Turbina!
-Fica sabendo que há casais que se divorciam por muito menos!

(??????????????????????????????)!
):/ # & “” !!

-Para onde estás a olhar? Heim?
-Para a turbina, claro!!!

-Bom, bom…
-A nossa Coty aguentava transportar aquilo? Dizem que tem trezentas e sessenta toneladas de peso… que achas?
-Hummmm… Talvez sim… Ou… talvez não…

-È que tem sete metros de altura!
-Só se fôr por aí…
-Achas que a nossa Coty conseguiria arrastar aqueles quarenta e sete metros de comprimento?

-De uma vez… talvez não… mas por duas… seria uma possibilidade…
A coisa avançava uns decâmetros pela estrada adiante… voltava a parar… para os técnicos revistarem os rodados um a um, martelando e comunicando por walkie-talkies! As motas da polícia continuavam a espalhar clarões azuis à sua passagem!
Qual onda marítima, qual tsunami humano, o povo recuava! O povo avançava!… 

-Olá… está bom? Parabéns! Permita-me que lhe aperte a mão!
Foi a interrupção de um transeunte que conhece cá o Cidadão de outras lides… agora este…
-Mas porquê?
-Já sei que você é que é o Cachoeira!
-Quem? Eu?!
-Sim você mesmo! É o que dizem por aí! Quando é que você se resolve voltar à carga?
-Mas… cá o Cidadão não é essa pessoa!!!
-Não? Desculpe mas é o que por aí dizem!!!
-E prontos! Mas você acredita em tudo o que lhe dizem?
-Oh, senhor! É uma questão de fé!
-Olhe que está enganado!
-È pena! Gostava mesmo de conhecer esse tipo e dar-lhe um grande abraço de parabéns!!! Através dele iam-se sabendo umas coisitas dos políticos cá do burgo… Desculpe o engano... sim?
-Não faz mal!
-Com licença…
-Faz favor.
-Quem era?!
Questionou a Companheira
-Mais um que veio dar os parabéns, convencido que descobriu o Cachoeira!
-Oh! Pá! Já não chega no café, pelos comentários e pelo correio electrónico ainda mais agora aqui! …Parece que as pessoas gostavam mesmo do tipo… é uma chuva de felicitações!!!
-Chato é um tipo estar a colher os louros de algo que não fez… mas devia ser muito popular.,.. Esse tal de Cachoeira
-Sem falar nas dezenas que te têm manifestado solidariedade, afirmando não acreditarem que isso seja verdade ou possível!
-Mas todos com satisfação! Essa é que é essa!
E aquele que quis deixar pago um mês seguido de cafés!
-Pois… é caso para afirmar que és felicitado por teres cão e felicitado por não o teres!
-Sabes o que te digo? Enquanto o País se debate com a pandemia da gripá, Abrantes entretém-se com o síndroma Cachoeira!
-Eh! Eh! Até aqueles dois senhores duma religião esquisita com a estrela de David te visitaram!
-É verdade! Foi ouro sobre azul! Mas ao menos assim fica-se descansado!
Lá foram em busca de fé para outras paragens… e tiraram-se de equívocos porque por estas bandas a fé é casta e o disco rígido!
-A fé move montanhas… mas por vezes também nos cega!
-Olha! Olha! Onde foste buscar esse pensamento?
-Não me chates… tá? Presta mas é atenção aí á Turbina!

-Isso mesmo! Estava cá a pensar que as turbinas dão maior velocidade aos aviões, aos carros aos barcos e assim… esta é ao contrário… há horas que não passa do mesmo sítio!
-São dez quilómetros á hora…
-É noctívaga! Dorme durante o dia mas mexe-se de noite!
-Um caracol atinge maior velocidade!

-Atinge maior velocidade se estiver sempre em marcha! Mas se quiser comer couves… também pára!
-Olha! Olha! E os caracóis comem couves ou quê?
-Sei lá… se os deixarem… talvez…
-Irra… tens resposta para tudo!
-Então… já vistes?
-Já vi? Já vi? Não fostes tú que me convidaste a vir para aqui a estas horas da noite? Andamos feitos tontos e já refresca!
A propósito… deixa cá ver… já é uma hora! E logo temos que ir ao trabalho! Vamo-nos mas é embora!
-Só mais um bocadinho!
-Não! Não e não! Ainda nos roubam a Coty e ficamos descalços!
-Não sejas pessimista! Uma vez que a gata Cristie se fez ao caminho, agora vamo-nos mais leves!
-Então… está tudo visto?
-Acho que sim… vamo-nos embora…
A pé, iam-se vencendo os metros que nos separavam da Coty, se bem quando após uns minutos de silêncio e sem assunto, cá o Cidadão, para combater a monotonia intercedeu:
-Sabes Companheira, o que cá o Cidadão leu no Jumento?
-Não… mas diz lá…
-Que nos states os arqueólogos andaram a fazer escavações e a cerca de cem metros de profundidade encontraram vestígios de fios de cobre… datados do ano 1000  concluindo que os antepassados dispunham de rede telefónica, desde aquela época…
-Sim… e depois?
-A seguir… os arqueólogos espanhóis desataram a escavar nas Astúrias, achando restos de fibra óptica datados há cerca de 2000 anos, quase do tempo que Cristo andou a pregar aos peixes… concluindo que estavam mais avançados que os americanos pois já nessa época dispunham de rede digital de comunicações à base de fibra óptica…
-Isso é interessante! Mas o que é que temos a ver com isso?
-É que… uma semana depois destas descobertas fantásticas, os arqueólogos portugueses desataram a fazer escavações no subsolo das regiões de Beja, Évora, Estremoz, Redondo e Moura, atingindo centenas de metros de profundidade e encontrando absolutamente nada!
-Olha a novidade!
-Através da recolha de outros artefactos em terracota, os cientistas…
-Terracota alentejana???
-Oh, pá! Ouve-me e cala-te! Os cientistas concluíram que há cerca de 5000 anos os habitantes daquelas regiões já dispunham de um avançadíssimo sistema de comunicações sem fios, tipo “Wireless”!
-Gaita!
-…Quem será aquele tipo junto à nossa Coty?
-Queres ver que está para a roubar…
-Olá! Boas noites! Reconheci a sua máquina e estive um bocadito aqui á espera que você chegasse!
-Olá! É você? Então!
-Você já passou junto ao “53” nos últimos dias?
-Passei… mas porquê?
-Ainda não reparou que andaram a cortar aqueles arbustos que impediam a passagem ás pessoas?
-Não! Mas tenho que reparar nisso… e hei-de lá ir tirar uma foto!
Antes…

Depois

-Pois… foi depois de você pôr na Internet que cortaram aquilo tudo! À frente da Abranfrio foi a mesma coisa… e na passagem de nível da Arrifana também consertaram aquele buracão da tampa de esgotos! Aquilo era um perigo!...
Antes…

Depois

-Pois estava… mas já resolveram o problema…
-È a sua esposa… não é?
-Sim…
-É a tal Companheira do Cidadão abt? Muito gosto em a conhecer!
-O gosto é todo meu! Vai um beijinho.
-Ah! Muito obrigado!
-Boas noites!
-Um bom dia de trabalho!
-Adeus e obrigado.
rrréééé…té, té, té, té…, té…, té…, té…, té…, rrréééé…té, té, té, té…, té…, té…, té…, té… rérérérérrrrrrréééééé!
E, a cavalo naquela máquina infernal, ultrapassando o trânsito congestionado dos stressados enlatados o Cidadão e Companheira dirigiram-se para o seu lar, doce lar…
-Lembras-te que nos primórdios dos anos noventa havia um moço no Tramagal que tinha uma motinha destas, toda preta e transformada numa chopper?
-Sim…
-E como se chamava esse moço?
-Não me lembro… Mas não fales agora… que se houve mal com o funcionamento do motor!
rrréééé…té, té, té, té…, té…, té…, té…, té…, rrréééé…té, té, té, té…, té…, té…, té…, té… rérérérérrrrrrréééééé!
Ah! Cá o Cidadão ia-se esquecendo de apresentar a tão querida Coty que nos tira dos apertos!

quinta-feira, 9 de julho de 2009

CENSORED










CENSORED




Eles andem aí!

Primeiro foi o

Palha de Abrantes





faunos, os vigilantes das causas da coisa




Depois… o

Zé da Cachoeira







De novo o

Palha de Abrantes II








Agora o

Táki-Tálem








São Us Blógus-Dei!