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Este militante anti-cinzentista adverte que o blogue poderá conter textos ou imagens socialmente chocantes, pelo que a sua execução incomodará algumas mentalidades mais conservadoras ou sensíveis, não pretendendo pactuar com o padronizado, correndo o risco de se tornar de difícil assimilação e aceitação para alguns leitores! Se isso ocorrer, então estará a alcançar os seus objectivos, agitando consciências acomodadas, automatizadas, adormecidas... ou anestesiadas por fórmulas e conceitos preconcebidos. Embora parte dos seus artigos possam "condimenta-se" com alguma "gíria", não confundirá "liberdade com libertinagem de expressão" no principio de que "a nossa liberdade termina onde começa a dos outros".(K.Marx). Apresentará o conteúdo dos seus posts de modo satírico, irónico, sarcástico e por vezes corrosivo, ou profundo e reflexivo, pausadamente, daí o insistente uso de reticências, para que no termo das suas análises, os ciberleitores olhem o mundo de uma maneira um pouco diferente... e tendam a "deixá-lo um bocadinho melhor do que o encontraram" (B.Powell).Na coluna à esquerda, o ciberleitor encontrará uma lista de blogues a consultar, abrangendo distintas correntes político-partidárias ou sociais, o que não significará a conotação ou a "rotulagem" do Cidadão com alguma delas... mas somente o enriquecimento com a sua abertura e análise às diferenciadas ideias e opiniões, porquanto os mesmos abordam temas pertinentes, actuais e válidos para todos nós, dando especial atenção aos "nossos" blogues autóctones. Uma acutilância daqui, uma ironia dali e uma dica do além... Ligue o som e passe por bons e espirituosos momentos...

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

UM BOM ANO DE 2010


Bem-vindo sejas,
2010...

Até à partida do ano velho...

Vão lavando as vistas com este striptease...
???
Insistam no Play”...
porque o sujeitinho é teimoso!

sábado, 19 de dezembro de 2009

FELIZ NATAL



Um Natal do catano

para todos

e... para todas!


domingo, 13 de dezembro de 2009

SINAIS DOS TEMPOS




SINAIS DOS TEMPOS


Como sinais inequívocos da evolução dos tempos, bué da mobiliários urbanos têm sido plantados nas artérias de Tubucci, incentivando ao consumismo fortuito dos seus queridos e populares concidadãos, numa tentativa de imitar a tão bela á beira Sena plantada... Paris!
???

Hilton?
Hilton, não!
Não se mostra mais abaixo do umbigo senão este post descamba para o devasso, havendo gente séria e de boas famílias a ler isto!

A Cidade-Luz das Gaulesas terras, c’até possui uma imitaçãozeca rasca do nosso minarete por altura dos Natais!


-Minarete? Mas que minarete???

-Sim, minarete... Porquê? Aquilo no cimo do morro não servirá para as populações se comunicarem... ou lá o que é?


-Pois, pois, mas não faz barulho como os da Helvécia!

-È um minarete sim senhora! E o nosso é muito melhor pois é silencioso, e um minarete assim não se encontra em qualquer sítio! Toma!!!


Como se deverão ter apercebido, isto não anda muito Católico entre o Cidadão abt e a Companheira...
Ela sempre a meter o bedelho em tudo o que este praça escreve, diz e faz... irra!
Ora bem, por Tubucci esses painéis publicitários apessoam-se nos mais diversos tamanhos.

Desde os pacarrichinhos pregados em gradeamentos de protecção aos peões, até aos enooormes que se designam por muppies.

Uns são como as estrelas que possuem luz própria, outros como a Lua cuja iluminação lhes é emprestada pelo Astro-Rei, estando posicionados em locais estratégicos, enchendo a retina aos passantes.
Sob a envolvência das trevas, enquanto uns se ficam pelo escurinho, outros acusam a sua presença através de iluminação fria, difusa e ténue!
Coisa linda, sim senhores!

Por exemplo, este painel está estratégicamente colocado á direita de quem sobe a Avenida do Paiol, forçando os atentos condutores a olharem nessa direcção, não lhes passando despercebido um terceiro veículo que entretanto dessas bandas se depare!
Eficaz, eficiente e mui inteligente!
Não, não é esse grande... é o mais pequenito!!!

Um cartaz que durante a noite possui o tal lampejar inocente que não se torna indiferente aos olhos do viajante. È de notar que essa iluminação poderá tornar-se útil quando a EDP (Electricidade de Portugal) não presta a devida assistência ás iluminárias da via pública que volta e meia se vão rendendo ás evidências dos usos e costumes!
Até chegou o dia em que pairaram duas naves espaciais sobre duas das rotundas de Tubucci!

Uma flutua sobre o altaneiro muro da rotunda em honra da Comunidade Abrantina, ali ao altinho da Avenida das Forças Armadas...
Outra evolui junto á Rotunda do Olival, para as bandas de Alf...
Uma coisa do outro mundo!

Aquilo é lindo!
Dois enormes plasmas ou lá como se chamam, emitem imagens mexilhonas, c’ até cá o rapaz pensou em adquirir um aparelhómetro idêntico para plantar na salinha de estar!
Seria uma afronta á vizinhança... que troca de televisor como quem muda de camisa!
Era a Companheira a tricotar, o Cidadão entretido a ver bonecos que assim nunca mais perderia tempo escrevendo e fotografando disparates para este blogue marado... e a gata Cristie de ôlho esbugalhado, esquecendo-se do cio por completo!

De facto... seria um sossego!
Um sossego para a vizinhança que deixaria de passar as noites em claro ao toque dos gatofónicos concertos (leia-se gatofonia), e vocês que jamais se preocupariam em consultar regularmente este site inconveniente, monótono e bué da chato em busca de algo que se aproveite!
Seria o Céu pelos feudos de Tubucci!
A propósito, cá o Cidadão tem pensado seriamente em cessar as actividades cibernéticas porque isto de atender ás sugestões do pagode fazendo bloguice de investigação conjugada com 90% a 100% de originalidade, sátira, ironia e etc, que agora não vêm á memória os outros termos adequados para classificar o coiso, requer muita dedicação, paciência e trabalho Q.B. !
Mas bom...vamos andando...
Ah!
Qual era o assunto em epígrafe???
Para os efeitos julgados convenientes, Q. B. não significará “Quinta do Bill”... mas,  “quanto baste”...
Ah! OS OVNIS!

À distância, aquelas maquinetas começam por apelar aos sentidos dos transeuntes que, sendo ajuizados condutores e pais de família, portanto uns cotas perfeitos, logo ficam com as libidos assanhadas e truncadas á maneira!
No aproxego ás rotundas, aquilo emite ondas hertzianas que, interferindo em determinadas frequências dos auto-rádios, fazem uns barulhinhos esquisitos mais ou menos assim: ZZZZZZiiiiiiiiZZZZZZfffffffffffffffffffffffffffffffffffffff, dando a impressão dos tais Étês querendo entrar em contacto com a gente... mas não devem ser... 
Para isso temos o minarete que nos resolve o problema!

Enquanto os garbosos papás e mamãs vão olhando para aquilo lá no alto lembrando um balão, os respectivos chiantes entraram em rota de colisão, uns no acesso ao circuito giratório e outros lá bem dentrinho!
 O ideal mesmo, seria espetarem naquelas cenas uns anúncios a oficinas de bate-chapa e pintura auto! E como a coisa ia de feição, uma publicidadezeca a companhias seguradoras céleres e sérias no pagamento de danos resultantes dos sinistros rodoviários, também dariam um jeitão, na medida em que não é fácil encontrarmos no mercado seguradora que reúna tais requisitos!
Isto se for de dia... porque se calhar á noite, o corrupio complica-se!
Têm uma iluminação tão intensa emitida por led’s, tungsténios, fluorescentes, halogéneos, ou o raio que os partam, que um cidadão fica vesgo de todo!

Aquilo flascha á maneira... ao ponto de se ficar a apalpar terreno, como sucede com o passageiro desta pick-up!!
È uma coisa do outro mundo que se nos introduz pelas vistas dentro!
Perante os factos qualquer farol de automóvel se torna insignificante!...
Não há máximo que lhe chegue aos calcantes!

Uma sistemática agressão visual na verdadeira acepção da palavra!
A intensa, brilhante e soberba luz multicolor varre as rotundas iluminando as prensas, as mós, os relvados, as florinhas e famílias inteiras em bronze!
È que nem as ratas passam despercebidas, carais!
Potenciam-se encontros imediatos de terceiro grau!
Recuperando a visão, temos uma oportunidade excepcional de toparmos as lindas caras larocas das condutoras que ficam carradas de engraçadas numa onda de psicadélico!
Aqui sim, até se pode dar um acidente!
Com as tecnologias avançando mais céleres que a respectiva jurisdição, compreende-se que haja um vazio legal no sector e uma fase de adaptação a novas realidades e á segurança de pessoas e bens, consequentemente ao encontro das necessidades populacionais!
Razão mais do que suficiente para que a autarquia Tubucciana fique de mãos e pés atados perante tão inusitada inovação, não encontrando base jurídica sustentável que evite os inevitáveis danos colaterais destes ofuscantes muppies publicitários...

-Ouve cá... estás a escrever que nem um desalmado sobre os OVNIS das rotundas enquanto consulto a legislação... e repara bem no que encontrei!

-Prontos! Cá temos outra vez a desmancha-prazeres da Companheira a meter o bedelho!

-Pões-te a teclar sem saberes o que escreves, perdendo o teu tempo precioso mas isso é bem feito! Para que não sejas ignorante e precipitado, ouve bem o que te vou ler em alta voz!

-Será? Mas será que um tipo não tem um minuto de sossego, sequer???

-Miaaaoooouuuuu!

-???

-E... mais esta que tem estado tão sossegada!

-Ora ouve;
“Não podem ser colocados nas vias públicas ou nas suas proximidades quadros, painéis, anúncios, cartazes, focos luminosos, inscrições ou outros meios de publicidade que possam confundir-se com os sinais de trânsito ou prejudicar a sua visibilidade ou reconhecimento ou a visibilidade nas curvas, cruzamentos ou entroncamentos, ou ainda perturbar a atenção do condutor, prejudicando a segurança da condução”.

-Onde encomendaste esse sermão?

-Aqui no Diário da República de 23 de Fevereiro de 2005... no nº 3 do artigo 5º do Capítulo I do Decreto-Lei nº 44!

-Rotundas! Nhã, Nhã, Nhã! Aí não cita as rotundas!

-Olha! Vai-te catar!

 Já viram isto! Ãh?
Ora bolas! Como é que a autarquia Tubucciana terá deixado escapar este artigo?

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

UMA AVENTURA



UMA AVENTURA

CARTA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DA UNIÃO EUROPEIA
Capítulo I
Artigo 1º
“A dignidade do ser humano é inviolável. Deve ser respeitada e protegida”.
Capítulo III
Artigo 25º
“A União reconhece e respeita o direito das pessoas idosas a uma existência
Condigna e independente e à sua participação na vida social e cultural”.
Capítulo IV
Artigo 35º
“Todas as pessoas têm o direito de aceder à prevenção em matéria de saúde e de beneficiar de cuidados médicos, de acordo com as legislações e práticas nacionais. Na definição e execução de todas as políticas e acções da União, será assegurado um elevado nível de protecção da saúde humana”
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS
Artigo 25º
“ Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica e ainda quanto aos serviços sociais necessários, e tem direito à segurança no desemprego, na doença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros casos de perda de meios de subsistência por circunstâncias independentes da sua vontade”
Num destes dias cá o contribuinte teve que recorrer aos prestimosos Serviços Nacionais de Saúde para os quais desconta que nem um Lorde através das contribuições para a Segurança Social ao abrigo do estipulado na Constituição da República Portuguesa, sem imaginar que se ia meter numa fantástica, vertiginosa, hilariante e secante aventura que passa a relatar a partir deste momento;
Aí vai!
 Na escassez de medicação para a manutenção de corpo e alma, foi o Cidadão visitar o médico de família ao seu posto!
Aí concluiu que os médicos também adoecem confirmando aquele velhinho provérbio de “em casa de ferreiro, espeto de pau”, mal imaginando a aventura em que se estava a meter!
As meninas recepcionistas explicaram-lhe que tinha de se dirigir ás consultas de recurso, desta feita no Centro de Saúde de Tubucci… sim porque parece que em Tubucci há um centro de saúde! Para este caso de falta do médico estatal, seria a “montanha a ir a Maomé”... caso este serviço fosse prestado por empresa privada, ter-se ia de substituir o “Maomé que, decerto iria até á montanha”! Assim veio á ideia o Desgargalhol®.
Medicamento indicado para crises súbitas e inconvenientes de riso em situações constrangedoras como em velórios, missas, e quando o médico de famelga está doente e sem substituo neste Portugal onde as Universidades botam cá para fora ás centenas, por ano!!!
O uso contínuo deste medicamento apresentado sob a forma de drageias azuis endurece as feições do rosto levando a um sorriso firme, hirto, amarelo e estático, além de tornar a vida bem mais chata, portanto, embora aparente, nada tem a ver com o Viagra®!
A modos que...
Eeeeh! Lá!
-Quem meteu aqui esta foto tão antiga?
Eram sete e picos, oito e coisa, nove e tal, toca de trepar a encosta ao alcance daquele edifício majestoso com umas chaminés e um pirilau branco e vermelho indicando a direcção de Éolo!
Estacionado o pé de borracha no parque exterior pois o senhor segurança crivava o acesso aos pátios internos, foi este praça trepar a escadaria do edifício, vencendo dois pares de portas bamboleantes… ficando surpreendido com a mole humana que por ali se abrigava!
Mais um balcão de atendimento corrido, assistido por senhoras mui simpáticas que agradávelmente explicaram ser tardia a hora para retirar a senha da lista de espera para as consultas de recurso, daquele aparelho redondo que lembrava o carregador de serpentina de uma AK-47 Kalashnikov ao que o Cidadão retorquiu até nem se importar de marcar consulta prévia para um médico ao calhas!
Ao calhas…o tanas!
Para os utentes do recurso, ou havia senha ou não havia nada p´ra ninguém!
-Então mas o carregador está vazio!
Exclamou cá o Cidadão abt!
-Está vazio porque para hoje já se esgotaram as senhas! Volte amanhã bem cedo que consegue vez!
Foi a resposta da simpática senhora que entretanto colocou uma máscara branca, pondo cá o rapaz a magicar que afinal a máscara do seu perfil do Link tinha pegado moda por Tubucci... adiante!
-Bem cedo é o quê? Aí pelas oito horas... talvez…
Observou este praça, ao que a mascarada recepcionista retorquiu em voz mais ou menos aflautada:
-Ás cinco da manhã já há por aí gente! Venha mais ou menos a essa hora!
Gaita!
Foi então que cá o rapazola sentiu necessidade dos remédios para a tensão! Passou-lhe assim uma coisa pelas vistas… conforme Vosselências poderão constatar pelas fotos dos avisos, e três vertigens depois, olhou em redor mirando duas salas de espera e um corredor repletos de pacientes que o observavam com ar de caso!
Numa situação destas recomenda-se a toma de Parvonol® em cápsulas bicolores para o tratamento de aparvalhamento em geral.
Não há contra-indicações na medida em que umas semanas de Parvonol® provou serem benéficas a qualquer utente dos serviços nacionais de saúde... podem surgir alguns efeitos secundários na medida em que o uso de Parvonol® gerará uma forte depressão nos primeiros dias de toma pois o paciente passa a perceber como os postos médicos das freguesias Tubuccianas funcionavam antes deste êxodo.
Escusado será dizer que no dia seguinte pelas tais sete e pouco cá o Cidadão abt já se batia junto ás escadarias do tal Centro de Saúde… juntamente com umas dezenas de utentes que se questionavam qual teria sido o penúltimo a chegar ao local, pois o último era certo e sabido!
Passou-se o tempo com um nevoeiro do catano a enregelar as ossadas no exterior das portadas envidraçadas até que, finalmente, aquela massa humana, quais zombies decididos, iniciou a escalada da escadaria de acesso ao primeiro piso, isto pelas oito horas e trinta, cada um retirando a respectiva senha do carregador vermelho da Kalash!
Quando chegou a vez cá do Cidadão, saiu-lhe o B-69 na rifa!
Ao menos, valha-nos a sugestão!!!
Decorridos alguns minutos... uns quartos de hora... umas meias horas... e horas inteiras, a chamada avançava lenta e penosa pelos decibéis do raio de um altifalante carregado de vírus que, um tanto ou quanto afónico, roufenho e ruidoso, mal se percebia o que nele se berrava! Aquilo parecia ser um problema de amigdalite!
Os idosos questionavam-se, amparando os canais auditivos com as palmas das mãos, convencidos que teriam de efectuar umas lavagens aos tímpanos:
“-O que disseram agora???”
Era meio-dia… quando chamaram pelo B-52!
Que tinha abalado para outras guerras…
Entretanto como “o vagar faz colheres”, este desgraçado resolveu topar o que se transmitia nos diálogos daqueles ambientes, enquanto os pacientes se tornavam cada vez mais impacientes…com gente a falar alto p’ra caraças, lindas e jovens mamãs tentavam dominar as hiperactividades de seus rebentos que pareciam querer estoirar com o mobiliário, especial incidência para os cadeirões, numa amálgama de revistas e folhetos pelo ar, promiscuindo vírus e virilidades!
Em situações destas recomenda-se o Ficabonzin® um xarope indicado para avozinhas irritadas e criancinhas irrequietas malcriadas e/ou hiperactivas…
Ficabonzin® tem na sua fórmula o princípio activo do Pesacusil, um composto capaz de criar sensação de peso nas nalgas, mantendo o pessoal sentadinho nos lugares, sem partir nada. Contém também a antiberromicina, que provoca paralisia completa das cordas vocais, impedindo berros e vociferações inconvenientes que estoiram com os tímpanos dos restantes.
Olha! Se calhar é o problema do megafone!

Este composto não é recomendável a adultos do sexo masculino, que com o tempo passam a produzir espontaneamente hormonas de Pesacusil no seu organismo. Se der Ficabonzin® a um adulto destes, o tipo nunca mais se levantará do sofá. Marmanjos que apliquem Ficabonzin® ás esposas com o intuito de as calarem e reduzir-lhes as idas às compras, devem saber que o Pesacusil pesa realmente muito, e depois de certa idade tudo o que muito pesa, descai e depois perdem estas firmezas...

Estão a perceber, não estão?
Desta feita cá o rapaz chegou á conclusão que por ali se escrutinavam três castas de impacientes…
Os que iam aos medicamentos, aqueles que estavam realmente doentes de todo e os portadores do vírus “recorrência”, transversais a ambas as castas anteriores.
Ali se constatou que “os recorrentes” eram oriundos de diversas regiões tal como: Alvega, Pego, São Miguel, Arreciadas, Rossio ao Sul do Tejo, Bemposta, Vale das Mós, todos da margem sul do verdejante Tejo Tubucciano, e alguns de Martinchel, Aldeia do Mato e Souto, do norte de Tubucci, que ali trocavam impressões sobre as experiências agrícolas das vindimas, da apanha da azeitona e daqueles que de maduros, caem das árvores ou escorregam pelas barreiras abaixo praticando skú sobre os rafiosos panos de azeitona! Um novo desporto radikal de cariz popular em expansão nos últimos tempos, capaz de suplantar o “Jogo do Pau” o “Chinquilho” ou até o “Quebra da Bilha”.
 Sem dúvida um local de convívio e intercâmbio de vírus!
È aqui que poderemos encontrar os tais quarenta e tal por cento de abstencionistas dos últimos sufrágios!
Entretanto já se adivinhava uma pandemia do Recorrência, cujos sintomas se manifestavam pela impaciência galopante, sensação de fome, dores de costas e degradação de relacionamento humano!
Este contribuinte da Segurança Social concluiu que quase todos os médicos da região deveriam estar de baixa ou a caminho da reforma, não havendo + para substituição, provávelmente porque aquilo é tudo do Estado todo poderoso a que chegámos… se fosse o desgraçado do privado a parar sua actividade profissional por escassos dias, levaria com uma panóplia de fiscais á perna, pondo ordem na cena e butindo umas massas valentes para os cofres do sistema contributivo! Para minimizar os danos colaterais a este tipo de problemas, recomenda-se o Buracol®, infusão indicada em caso de incómodos agudos de fonte externa.
Uma saqueta de Buracol® é capaz de fazer o paciente desaparecer por completo durante um período de dois a três dias. Não se recomenda o uso desta infusão em casos de teste de paternidade, casamentos (civil ou religioso), e no dia do exame de Análises Matemáticas I ou II. Depois de passar o efeito desta essência, é comum que o problema externo persista. Após o consumo de Buracol® e terminado o seu efeito, alguns pacientes relataram dores de cabeça por conta da chuva de perguntas do tipo:
"Tens noção da cagada que fizeste???"
Chegou-se a hora da manduca e qual quê? Alguma vez pensava cá o Cidadão abt que ainda por ali estaria rente ás treze da tarde? Estava quilhado! Completamente quilhado e não aplica por aqui outro termo mais elucidativo porque prometeu no seu intróito que nunca utilizaria o calão, caso contrário o termo correcto seria... cá está a necessidade de umas gotas de
Esquecil®!
(Olha lá, não testiques, ó Cidadão abt!)
Shiiiiuuu… não digam nada, mas esta foi a reprimenda cá do anjinho da guarda!
Entrementes houve que abandonar a guarita afim de manjar algum alimento, vai daí, desenferrujou o bíceps pela escadaria abaixo, e recorrendo ao bar domado por uma senhora em marcha lenta, papou duas sandochas apetitosas de ôlho numa enfermeirinha...
“pssst!... pssst!...”
(a ver vamos se cá a Companheira não lê esta crónica ou pelo menos se canse de a ler antes de chegar a este parágrafo, caso contrário temos o caldo entornado em caselas)
 e butindo um sumo de laranja porque o de uva tinha esgotado, foi-se ao café e subiu a escadaria regressando àquele local fastidioso onde de fora para dentro se percebia um cheiro a calor humano que tresandava!
Escoava-se o tempo olhando a brasileirada que passava no televisor, novela de tiros, raptos e uma data de cenas de faca e alguidar com actores auzáis e carros a chiar...
Entretanto no tubo de raios catódicos formou-se uma mulher de olhos arregalados, boca e seios enormes, aos gritos, desafiando o megafone do tecto, que de quando em vez lá detrás da pantalha punha uma plateia de senhoras idosas aos saltos, batendo palmas sincronizadas ou esfregando os artelhos no soalho. Explicaram que aquele fenómeno radiotelevisivo era a Júlia Pinheiro!”
Sabem o que isso é???
Do que um gajo se livra, não tendo tempo para ver televisão!!!
Bom...
O tempo avançou e a sequência da chamada acelerou, com dois e três números de rajada, não porque o atendimento mamasse com algum lubrificante, mas porque os impacientes capitulavam na espera e abalavam dali para fora, sendo a hora do transporte, razão suficiente.
Nesta altura, uma das quatro senhoras recepcionistas que dava ares de ser a big-boss do sítio tranquilizou os idosos, os de meia-idade, as mamãs das criancinhas e restante maralha com o seguinte anúncio:
-“Chegou o médico de reforço, estejam descansados que ninguém fica por atender!”
Pudera!
Chegou o médico de reforço eram dezasseis horas e poucos minutos com as salas de espera a meia carga de impacientes com a pandemia comum do
 Recorrência,
Àquela hora parte deles já tinha desistido, zarpado, dado ao slide, ou aquilo que vocês queiram chamar á coisa!
Prosseguindo o relato desta mirabolante aventura, perto das dezassete horas cá o Cidadão apercebeu-se que se considerava um felizardo, pois diagnosticou alguém com a senha B-81!
Tinha perdido um dia de trabalho em prol de franca convivência e permuta de conhecimentos, culminando num enriquecimento cultural sem paralelo com o povo das aldeias envolventes!
Gente simpática, sim senhores!
Fazendo contas por alto e dividindo o pessoal pelos diversos postos médicos K.Ó.’s, no início desta estrambólica aventura contabilizaríamos uma média de 11 (onze) impacientes com o vírus “Recorrência” por cada posto.
Coisa pouca.
Como deverão compreender, durante este insignificante lapso de tempo outros tantos utentes foram desistindo da sua vez pois os autocarros não esperavam, ou não aguentavam aquele teste á perseverança, á persistência, á paciência, á constância onde pousa o Director do Centro Hospitalar do Zêzere, e a outras coisas mais... como as pressões do intestino e da bexiga, as neuroses e dores de cabeça e lombares, rins e fígado, as fugidas ás sandes, garrafas e bolachas de água e sal e por aí adiante, iludindo estômagos exaustos de zurzir!
Um espectáculo!
Lá fora, o Sol descia atrás das nuvens carregadas e as sombras da noite tomavam conta da região!
As luzes amarelecidas faziam sentir a sua utilidade, tracejadas pelo gravanejo da chuva miudinha e dos reflexos das viaturas que cruzavam a curvilínea avenida do Paiol, quando dos altifalantes roufenhos do tecto um som mais ou menos de gripe suína se fez desaperceber:
69!
!!!
Eiiia!!! C’um catano!
 O 69 era o número preferido cá do Cidadão!
E... não é que este praça foi espetar aqui com uma foto de dois bácoros fazendo... badalhoquices?!
Numa situação tão constrangedora para o próprio há que ingerir Ctrl+Zol® para gafes destas e similares.
É o medicamento perfeito para aqueles momentos pós postagem de uma borrada tão grande que dá vontade de arrancar a própria cabeça, colocar num saco de papel e enterrá-la no quintal!!!
 Este mitombo não é indicado no rescaldo das promessas políticas, no jogo do azar nem durante as partidas de futebol. Atenção que a sobredosagem trava o sistema nervoso central, sendo obrigatório o uso do antídoto Ctrl+Alt+Delina®.
Depois deste rapaz se ter dirigido á menina ou senhora… ou lá o que era…não soube bem porque tinha uma máscara igualzinha á dos Chinocas, fez a sua inscriçãozinha, desembolsou a taxa moderadora e, noite escura, foi direitinho ao senhor “Doutor de recurso” que afinal era uma senhora “Doutora de recurso”, sem antes ter transposto mais umas portas e passagens… bom… bom… lá veio aquilo á ideia outra vez…
Para tal, recomenda-se Esquecil®, indicado para problemas de coração partido, e traumas em geral. Solução em gotas a serem depositadas no copo de água, mas se for associado ao Tintol®, as suas funções são potenciadas na ordem de cinco para um, ou seja, por cada cinco gotas de Esquecil®, corresponde uma litrosa de Tintol®.
Perceberam esta? Ainda bem pois cá o rapaz também não! Este medicamento, o Tintol®, embalado ou engarrafado, apresenta-se sob a forma de pomada, numa concentração volumétrica entre os 9% e os 6%. È ingerido em tomas sucessivas de 20cl. antes e durante as principais refeições.
A sobredosagem provoca euforia, excitação, egocentrismo e vertigens. Em casos mais agudos causa diplopia, visão monocromática e em túnel, descoordenação psicomotora e vulnerabilidade á luz, podendo o paciente atingir o estado de coma.
Esquecil® apaga por completo a memória recente… Cuidado com a sobredosagem! Há casos de usuários de Esquecil® que voltaram a votar nos mesmos, e neste caso recomenda-se o uso conjunto do Socratim®.
Uma toma de Esquecil® antes das três principais refeições e outra toma de Socratim® após as mesmas, visto este ser um gastro-resistente!
Eh! Eh! Eh!
(“
Comporta-te ó Cidadão kesta é uma crónica bué da séria!”)
Shiiiiuuu… não digam nada, mas esta foi a recomendação cá do anjinho da guarda!

Só falta mesmo recomendar o Socratim® em cápsulas, indicado para problemas recentes de memória, nomeadamente quem tendeu a esquecer os últimos quatro anos de governação.
Foram detectados casos em que os pacientes passaram a
manifestar dislexia, que poderá trazer-nos complicações de maior!
E com esta treta toda, estando cá o Cidadão aviado á pressa rente às dezassete horas e muitos minutos, ainda teve tempo para praticar a boa acção da noite... sim porque esta aventura começou ainda o Sol não se tinha mostrado e terminou com Sol-posto...
Ah! Pois!  
Cinco minutos!
Não chegou a 5 (cinco) minutos... o tempo dispendido para aviar o receituário triplicado dos medicamentos de manutenção, depois de 10 (dez) horas de espera! E digam lá se esta não foi uma grandessíssima e maravilhosa aventura?
A boa acção da noite foi encher o popó com pessoas desesperadas que perderam os transportes, depositando-as junto de suas casas.
Digam lá se este Cidadão abt, apesar de corrosivo p’ra caraças, não tem bom coração?
Vós aí... estais a queixar-vos que esta crónica foi extensa com’ó carais e sofrestes uma ganda seca até atingirdes o final, e mais isto, e mais aquilo e aqueloutro... confortavelmente sentadinhos defronte aos vossos monitores... é para calculardes a aventura em que um tipo se mete quando recorre a estes prestimosos serviços.
Como deveis reparar, o pagamento das contribuições processa-se através de um mecanismo bastante mais aligeirado e eficiente.