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Este militante anti-cinzentista adverte que o blogue poderá conter textos ou imagens socialmente chocantes, pelo que a sua execução incomodará algumas mentalidades mais conservadoras ou sensíveis, não pretendendo pactuar com o padronizado, correndo o risco de se tornar de difícil assimilação e aceitação para alguns leitores! Se isso ocorrer, então estará a alcançar os seus objectivos, agitando consciências acomodadas, automatizadas, adormecidas... ou anestesiadas por fórmulas e conceitos preconcebidos. Embora parte dos seus artigos possam "condimenta-se" com alguma "gíria", não confundirá "liberdade com libertinagem de expressão" no principio de que "a nossa liberdade termina onde começa a dos outros".(K.Marx). Apresentará o conteúdo dos seus posts de modo satírico, irónico, sarcástico e por vezes corrosivo, ou profundo e reflexivo, pausadamente, daí o insistente uso de reticências, para que no termo das suas análises, os ciberleitores olhem o mundo de uma maneira um pouco diferente... e tendam a "deixá-lo um bocadinho melhor do que o encontraram" (B.Powell).Na coluna à esquerda, o ciberleitor encontrará uma lista de blogues a consultar, abrangendo distintas correntes político-partidárias ou sociais, o que não significará a conotação ou a "rotulagem" do Cidadão com alguma delas... mas somente o enriquecimento com a sua abertura e análise às diferenciadas ideias e opiniões, porquanto os mesmos abordam temas pertinentes, actuais e válidos para todos nós, dando especial atenção aos "nossos" blogues autóctones. Uma acutilância daqui, uma ironia dali e uma dica do além... Ligue o som e passe por bons e espirituosos momentos...

sábado, 14 de fevereiro de 2009

A COISA




A COISA

Truc, truc… (…), truc, truc… (…), truc, truc… (…), truc, truc… (…), não era o mangaratiba trilhando carris, mas sim a transposição da Intzelista ponte da idade do asfalto lascado, (construída em 1870 por uns senhores franceses que exploraram a sua concessão até 1945, ano em que passou para os domínios públicos, ao contrário da ponte de Entre os Rios, que em 1886 foi oferecida ao povo da região pelo senhor Hintze Ribeiro, um político da causa Monárquica e militar de alta patente, tendo a empreitada ficado a cargo da empresa belga "Société Anonyme Internationale de Construction et Entreprise de Travaux Publics", de Braine-le-Comte que depois de acontecida a última tragédia, foi construída uma réplica, inaugurada em Maio de 2002). Com um olho nas juntas ameaçadoras aos rodados do pé de borracha, quando o Cidadão estabeleceu contacto visual com algo estranho erguendo-se em aprumo na zona ribeirinha do Àquapólis- norte, ou seja, na margem direita do Tejo, entalado nas barbas do marinhante casario branco, barreiras acima num abraço fraterno aos calcantes do hospital e do castelo!

Esquisita… aquela cena!

Seria a tal nave inter galáctica que nos levaria a todos? … Pejado de curiosidade, cá o rapaz foi analisar mais de perto aquele fenómeno sinistro!

Soberbo!

Como é que aquilo teria ido ali parar? Volveu á direita, uma e outra vez… desceu uma rua de calçada, estacionou e apeou-se da máquina vencedora de distâncias, questionando um senhor meio entradote que passeava seu cachorrinho mijante, com o seguinte propósito:

- Boas tardes… que aconteceu por aqui?

Cordialmente, o Cidadão abordou o assunto, com uma mão no bolso do casaco e o dedo indicador da outra, apontando para aquilo tão… tão...

-Ò amigo! Há quem diga que isto é o terminal receptor da cablagem do teleférico que ligará ao castelo!


Enquanto isto, o lulu dava utilidade ao objecto, pois alçava a perna despejando um líquido dourado de sua bexiga, semelhante a cerveja!

Cá o rapaz, desconfiado com resposta tão evidente, dirigiu-se a uma donzela, bela, amarela, de saia curta e travada que deambulava pelas redondezas, indagando-a com idêntica questão…

-Meu querido!!!... Ainda não reparou que isto representa um símbolo fálico?! Um monumento á masculinidade? É o culto á fecundidade, que neste sítio se apraz! Isto faz um menir… faz meeenniiir…, oh, não! Dois menires… dois meniiiires… um cromeleque! Um lindo cromeleque!


Chiça!

Cá o Cidadão ficou-se sem prosápia… provávelmente terá enrubescido um pouquinho, pelos calores que sentiu saírem-lhe por detrás das ventas… mais de perto, a moça revelava a maçã-de-adão e uns pelos disfarçados, rebentando nas bicipitais pernas!... Talvez possuísse uma overdose de testosterona… Ora vejam bem a associação de ideias que a “moça” suportava em seu subconsciente!

Só cá para nós que ninguém nos ouve, o Cidadão teve que se raspar em passo acelerado, escapando aos desaforos desta maluca que o seguia de mãos no ar, como que acenando adeus… um escândalo!

Ele, há cada uma!

Cá o Cidadão mirou mais uma vez aquilo pró esquisito… deu duas voltas em torno do menhir… puxou pela carola e… não saiu nada!

Voltou á carga… junto á margem indagando o pescador que ajeitava a minhoca ao peixe… Resposta pronta do “men”…

-Isso aí, deve ser para as canoas se orientarem… coisa assim tipos… farol! Tá a ver? Dá jeito, pela matina… com o nevoeiro que aqui assenta?


“Pois, pois… pelo menos nos dias de nevoeiro deve dar um certo jeito…realmente…” Magicou cá o rapaz.

Que sorte madrasta! Um tipo a querer meter conversa com as pessoas… e só leva tampa!

Mais adiante um casal olhava intrigado, aquela coisa…

-Sabem-me dizer o que será isto?

-Nóis extrangêrros! Noís Deutcheland,... pásseáárrr a
Abrranthish! Turish! Yá! Ich côsa párra pássarrrus! Ich, Störche nisten! Cásus pááárrrrá cégônhusss. Disse o homem…

-Yá! Yá! Störche nisten!!! Eh! Eh! Contracenou a senhora que o acompanhava!


-Hummm.. Base de ninhos para cegonhas… bem pensado… estes Alemães têm com cada ideia!

Entrementes, cá o Cidadão deu com um senhor barbudo, de aspecto platónico e olhar distante, parecendo querer contar os Altocumulus e ler os Stratus… não são os extractos da conta bancária, nem muito menos das facturas, mas sim, nuvens rarefeitas parecendo carneirinhos perfilados, dirigindo-se a uma casinha de outras mais espessas… ora vejam bem o que insinuam!

-Senhor… senhor! Sabe explicar-me do que se tratará isto? Entrou cá o rapaz…

-Ò amigo! Na minha vida atarefada de cientista, á primeira vista supus serem as Twin Towers … mas não… isso atrairia a Al-Qaeda… mas “Al-Qaeda” já temos uma por Abrantes… no outro dia fui lá tomar o café… junto ás muralhas do castelo…está a ver? Assim sendo… só uma coisa se me afigura! Isto… provávelmente será uma plataforma para o lançamento de foguetões! Columbia, Space-Shutle, etc!


-Al-Qaeda, não! “O Alcaide!” A. L. C. A. I. D. E. Um café! Foi o desengano.

Hummmm… uma ideia plausível! Tem lógica… como vem sendo importadas umas americanices… caso do “campo de basebol”… ou o conceito de “cemitério-lúria”… não ficará descabido… um tal… Cabo Canaveral… por aqui… Dissertando sobre lúrias e coelhos, n’outro dia, quando seguia atentamente o discurso do líder bloquista, a certa altura ele fez a seguinte observação…

(…“Se meterem dois coelhos numa cova, de certeza que daí nascerão coelhinhos”…)


Estava cá o rapaz a tentar entender este raciocínio, quando a Companheira o interrompeu com a seguinte dissidência:

-Isso não vai dar certo!

-Não vai dar certo… o quê?

-Discordo! È falso! O que o Louçã acabou de afirmar…o homem está completamente errado!

-Mas… porquê? Voltou a indagar cá o rapaz.

-Não vês que para nascerem coelhinhos tem que se meter na caixa um coelho e uma coelha?! Ou seja, tem que lá estar um macho e uma fêmea e o homem quer que nasçam coelhos de uma relação entre dois machos!!!

-Aaaahhhrrrgghhh! C’um catano! Apanhaste-o na curva! Pois é! Tem que ser um coelho e uma coelha no truca-truca… senão, nada feito! Vociferou o cidadão!


(desculpem, isto foi aci dental… não era para linkar esta imagem)

A Companheira, perspicaz e satisfeita por cá o rapaz lhe dar razão, coisa que não é normal acontecer no ambiente dos casais portugueses, pois nesta sociedade falocêntrica o macho tem sempre a dita, mesmo quando não lhe assiste, voltou á carga no seguinte ponto do discurso do líder Trotskista:

(…”mas se meterem duas notas de cem euros dentro de uma caixinha, de certeza que não nascerão notas de vinte euros”…)

- Ele a dar-lhe e a burra a fugir!!! As notas são do género feminino! Que mania! Mas por esta via… ainda se poderá resolver a coisa recorrendo á inseminação artificial! Fecundação “in vitro”, ou… do género…como deverás calcular, há por aí muita gente cujo dinheiro até é fêmea!... Rematou cá a Companheira!

-Pois, pois, o Louçã leva a homossexualidade tão a peito, que acredita na geração de vida com a intervenção de um par de seres do mesmo sexo! Julgará que é tudo hermafrodita… como as garoupas, os caracóis, as minhocas ou as plantas verdes! Foi o argumento do Cidadão, rebatendo a Companheira.

-Por exemplo, não será o caso do cânhamo… essa planta de onde se extraem as fibras com que se fabrica tecido para a confecção de sapatilhas e vestuário resistentes á acção mecânica das actividades psicomotoras, que até necessita de sementes macho e fêmea para a sua reprodução…Talvez o “Boss” do Bloco acredite no sexo dos anjos!!! Volveu a Companheira.


Bom… deixando as divagações, pois isto começa a descambar, cá o Cidadão vai prosseguir com a crónica e prontos… senão… não pára de teclar este texto… e o pessoal queixa-se que é demasiado longo para post de blogue. Proporcionou-se consultar um ancião… perante a invariável questão, surgiu-lhe a resposta na ponta da língua:

-Impostos, meu amigo! Isto são os nossos impostos, todos empilhadinhos por aqui acima… os seus, os meus e os de toda a gente que descontou e vai descontando dos seus rendimentos! Vociferou o idoso, disfarçando a tremedeira nervosa, enquanto se amparava em retorcida bengala.


O Cidadão ficou insuflado de orgulho transbordante… realmente… será um monumento… aos impostos… ás taxas… ás tarifas… aos IMI’s e ás contribuições autárquicas cá dos pessoais… em vez de um buraco sem fundo, somos presenteados com as massas empilhadas na “COISA”!

O esforço que este men fez para descobrir uma explicação evidente e, ainda por cima, salta á vista de toda a gente!

Enquanto nestes anos de crise internacional, certas autarquias libertam as suas famílias de tarifas asfixiantes… este município desperdiça-as na “COISA”… em honra dos seus contribuintes!


Fiquem-se com esta miragem.