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Este militante anti-cinzentista adverte que o blogue poderá conter textos ou imagens socialmente chocantes, pelo que a sua execução incomodará algumas mentalidades mais conservadoras ou sensíveis, não pretendendo pactuar com o padronizado, correndo o risco de se tornar de difícil assimilação e aceitação para alguns leitores! Se isso ocorrer, então estará a alcançar os seus objectivos, agitando consciências acomodadas, automatizadas, adormecidas... ou anestesiadas por fórmulas e conceitos preconcebidos. Embora parte dos seus artigos possam "condimenta-se" com alguma "gíria", não confundirá "liberdade com libertinagem de expressão" no principio de que "a nossa liberdade termina onde começa a dos outros".(K.Marx). Apresentará o conteúdo dos seus posts de modo satírico, irónico, sarcástico e por vezes corrosivo, ou profundo e reflexivo, pausadamente, daí o insistente uso de reticências, para que no termo das suas análises, os ciberleitores olhem o mundo de uma maneira um pouco diferente... e tendam a "deixá-lo um bocadinho melhor do que o encontraram" (B.Powell).Na coluna à esquerda, o ciberleitor encontrará uma lista de blogues a consultar, abrangendo distintas correntes político-partidárias ou sociais, o que não significará a conotação ou a "rotulagem" do Cidadão com alguma delas... mas somente o enriquecimento com a sua abertura e análise às diferenciadas ideias e opiniões, porquanto os mesmos abordam temas pertinentes, actuais e válidos para todos nós, dando especial atenção aos "nossos" blogues autóctones. Uma acutilância daqui, uma ironia dali e uma dica do além... Ligue o som e passe por bons e espirituosos momentos...

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

EL AL - BANITO




EL AL-BANITO


Pronto, os bonequinhos arrecadados no caixote e as Janeiras já eram...
-Vá lá Cidadão, prometeste que a seguir aos Reis contarias aquele sonho que tiveste com uma moura encantada...


-Não te esqueceste! Está bem Companheira... mete umas cavacas ao lume e senta-te aqui á lareira! Então vamos a isto... O Cidadão vai contando e escrevendo...

Atenção pois ireis viajar pelo mundo onírico das trevas correndo fortes riscos de vos envolverdes no enredo pelo que a opção de seguirdes esta crónica até ao fim será de vossa inteira responsabilidade e quantas mais vezes a lerdes, mais sonhos encontrareis. Se fordes sensíveis ou assim, cá o Cidadão desaconselha-vos esta atroz leitura pois provocar-vos-à efeitos secundários, nomeadamente: excitação, afrontamentos, arritmias, irritabilidade, vertigens, urticária no couro cabeludo e genitais, diplopias diversas e desorientação espaço-temporal com fortes probabilidades dos vossos descendentes poderem vir a sofrer os  danos colaterais de algum sapato voador... 
Viajareis por outros universos se arriscardes prosseguir a leitura deste sonho...

- ...???””

-Deixa-te de tretas de encher chouriços e prossegue mas é com o que te contou a mourinha encantada... Vamos, desembucha que estou deserta para te ouvir e quase a perder a paciência!

A formosa Záhára começou por confessar que naquele reinado diferente houveram estórias lindas de contar!
No altaneiro morro, um palácio era oculto por sobranceiro castelo que albergava uma torre de onde se avistava ao redor para além do horizonte dos dezanove azimutes governados por outros tantos alcaides-menores... e por entre plebeus, patrícios e clientes onde druidas, duendes e os elfos malvados pululavam!
Estes últimos, pequenitos e de tez verde, tinham radares nas enormes orelhas pontiagudas emitindo pulsações sonoras de altíssima frequência a milhares de ciclos acima da capacidade auditiva humana que, por reflexão das ondas evitavam os obstáculos e detectavam brechas à distância, captando quase tudo o que ocorria nas cortições do palácio Real ao ponto de registarem as frequências Ibéricas de achados africanos, e das beduínas paragens para além de Shangri-Lá! 
Keffieh’s, astrolábios, fíbulas, khol’s, cachimbos d’àgua, hufu’s e outras tralhas maradas desciam pelas correntes, pois esse reino era banhado por um ribeiro nado na serra de Albarracín, humedecendo as Extremaduras e Castilhha y La Mancha, onde por épocas estivais nele alegremente se cultivava de modo intermitente azola em vez de agrião, ao sabor dos caudais mijados pelas represas de Entrepeñas e Buendia depois dos transvases para as castelhanas regiões banhadas pelo Segura.
 Para década e meia que seu trono vinha sendo ocupado pelo tentacular El’ Commandante, articulando-se por valorosos conselheiros. Com o desgaste da reinação um dos seus braços direitos começou por se desengonçar...
Parafuso ante parafuso, cavilha após cavilha, um dedito aqui, mãozita acolá, argamassa aquém e projecto além eram perdidos ao acaso, e quantos mais Sóis vencidos, maior visibilidade ganhava aquela assombrosa dissidência, até que certa madrugada alguém exclamou:

-Portanto, não disse “bosta” nem “besta”... Foi mesmo e só, Basta!
Está bem?

-Vá continua essa estória medieval que estou a gostar...


Era Al- Ban, El Al-Banito, o tal braço que se desarticulou, acabando a puxar as aldrabas pelo exterior (e não “albardas” como insistia a correcção automática deste computas),das Reais Cortes, sem antes agoirar:

-"Voy a volver! Uno de estos días vuelvo, y ustedes sabrán quién éres Al-Ban... El Al-Banito! "

Ele vociferou em rosa choque e outras cenas bastantes, tal e qual a côr postada na forte expressão proferida antes!
Muito mocho piou sob a intensa luz de tantos outros luares até que chegou a estação do Lufa-Lufa!
Entrementes o ambiente aqueceu pelas bandas daquela reinação e do ovinho da malvada mosca germinou um pilritinho, coisa que sucedia ciclicamente por li de quatro em quatro anos, se bem quando Al-Ban, El Al-Banito, qual menino traquina vindo de medievais trevas, arquitectou artes e manhas no ensejo em alcançar o Real cadeirão de tão cobiçado trono.
De início era meia, a dúzia de seguidores, mas com frios e calores passados a coisa amadureceu e engrossou numa afronta a muita dama da Ópus-Ição!
El Al-Banito dizia-se um independente não dissidente ou um dissidente não independente, ou um dependente dissidente... ou um dissidente não dependente, ou um dissidente dependente... ou um dissidente independente, ou... nem dependente nem dissidente... irra, “esgadelhe-me todo”, diria o calvo para o barbeiro, (que a formosa moura encantada não conseguiu explicar cá ao Cidadão o que significaria isso), mas ao certo, ao certo, El Al-Banito guardava religiosamente um talismã espalmado em forma de rosáceo cartão para melhor se lhe introduzir na algibeira, que ostentava nos momentos de maiores aflições sem antes, entre dentes e figas murmurar "Vade retro, Satanás!”, fazendo recuar os Elfos e Duendes das Ópus-Ições como se de demónios da cruz fugissem!
Naquele reino distante, volta não volta, os súbditos eram chamados a sufragar seus alcaides, ou seja, a sucessão não se transmitia por espirro, por beijo, por fricção das mucosas ou herança, mas tão sómente pela opção dos plebeus! Não se percebia muito bem se seria exactiqualmente por opção da plebe, pois aquilo ao fim e ao cabo mais parecia uma transmissão de propriedade entre herdeiros!
Ora bem, l’enfant terrible conseguiu arrastar até si druidas confiantes e cheios de confiança, com bué de saberes feitos na reinação e que reuniram assertividades de projectos em movimentado concelho.
Gerou-se um movimento tal de druidas virados p’ró direito que faziam frente á vitamina “C” contida em sumos, colando-se fundamentalmente nos citrinos como a laranja e a cenoura óptima para as vistas, sendo a poção mágica dos duendes malvados!
Na fase arruaceira da vírica febre do Lufa-Lufa, El Al-Banito fazia-se seguir por uma crédula e valente cavalaria a vapor de pirilampos amarelos, qual D. Afonso Henriques na conquista de território aos infiéis Muçulmanos (1148) que seriam irmãos, tios primos e sobrinhos da encantada moura e mais tarde, com Machados e Samuéis, terem que rechaçar á bronca as investidas dos Al-Murabitun, mais conhecidos pelos Almorávidas, inspirados  por Abd-AlIah-Ibn-Yâsin, e comandados  por Al-Mançôr, que por duas ocasiões terão provocado bastantes al-morróidas no circunscrito ás armaduras dos Portucalenses, quando aos cercos de 1179 e 1195, refegando-os borda fora, tudo sem que antes não tivesse por lá morado um Bruto, o romano Décio Júnio,(só cá para nós que ninguém nos ouve... que nome mais esquisito para um men), isto descaminhando para 130 anos antes do Cristo! Olhem bem para as coisas que a linda Záhára sabia!

-Repara Companheira, contou a bela Záhára que pelos megafones da caravana botava o hino “movimento perpétuo associativo” da “Deolinda” de mi corázón, deixando cá o Cidadão abt a ánhar e um tanto ou quanto embaralhado, abalado desconfiado... em suma e em sonhos, afrontado com uma porrada de ciúmes, pois a seguir a ti, querida Companheira, e á gata Cristie, este comparsa ainda guarda um cantinho no ventrículo esquerdo para a “Deolinda”!

-Vá, continua mas é!

 Disse a fascinante Záhára que chegaram a ser mais de três, os milhares de seguidores que acreditavam em El Al-Banito, conseguindo alcançar um invejável terceiro lugar nos rankings daquela reinadia nobreza, deixando para trás várias Ópus-Ições, algumas delas quais frustrados rebentos quando se lhes priva da relaxante Meiga Chuchona!
Era chegada a hora de distribuição das alminhas pelos  purgatórios daquelas reinações, e daí até á primeira reunião dos druidas feitos alcaides e conselheiros eleitos foi um truz.
Nesse dia fatídico, os druidas concluíram que a Real coroa de El Commandante assentava que nem ginjas no crânio de Matri Harka! Seria a graça da nova rainha e alcaide-mor, o antónimo de Mata Hari... Não estarão os ciberleitores concerteza a perceber patavina disto... A bela moura encantada explicou que tal como ela em pessoa, a Hari seria misteriosa, voluptuosa, curvilínea, sensual, sedutora e assim por aí abaixo e entretanto El Al-Banito em pulgas, olhou a trezentos e sessenta graus magicando para seus compassos:
 “Uê? Mais qui bobágem, néi?  Ficou todo o mundo votando em mim!”
 ...exclamando para quem ainda o quisesse ouvir:

“”No lo quiero más!””

“-???Como no lo quieres?! Más porrrqué nó? Coño?!”

Questionou furioso, um dos sábios e influentes druidas de Al-Ban!

“- Sólo cambiava mi vida por el Reino si se quedaría en el trono!”

“-Coño! ¿Qué estás haciendo, Al-Banito!!! No te vayas ¿Por qué me dejas solito!”

“-No, no y no! Sólo la silla del trono, y nada más!”

“-Lo electorado no le gustará su actitud, Al-Banito!

“-Me voy, me voy e me voy!”

“-Hasta la vista,Al-Ban,  jámás tendrás sólo mi pasión qué me voy también! Adiós muchacho!”

Não se percebeu muito bem este chorrilho... por ser escrito em acordo, mas prontos!
Foi o drama, a tragédia, o horror e...
E foram mais do que três, os milhares que Al-Ban deixou pendurados pelos testículos!
Uma coisa de bradar ao Céu!
Entretanto, o sábio druida que tinha apostado nos projectos de El Al-Banito, desapossado, desacossado, desensaibido e desc...
Al-Ah-Aiii, esta micrânea... e... a memória do Cidadão que não vai lá de todo!!!
Ora bem, o irritado druida entrando em stress pós-sufrágico iniciou um estranho versejar mais ou menos assim:

"Al-Banito, ya he dico, lo que no es guapo, pisos m’engañas.
Al-Banito, ya he dicho lo que no es guapo, pisos m'engañas.
Llora ahora, Al-Banito llora, qué me voy p’ra no volver jamás.
Llora ahora, Al-Banito llora, qué me voy aunque volver jamás.”

Pouco se entendeu desta espanholada...
Mas...também não era para se perceber grande coisa!
De forma rude e cruel, El Al-Banito disse adeus aos seus, aos Céus, aos pelouros... 
...e soube-se lá a quem mais saindo dali disparado, qual Samuel desarvorado, o tal filho bastardo de Hibrahím-Zaid e apaixonado pela meia-irmã Záhára, que faz parte integrante deste maravilhoso sonho do Cidadão!
Enquanto El Al-Banito dava ás de vila diogo, correndo desalmadamente pelos degraus da Praça do Batalhão perseguido por aqueles que nele acreditaram gritando, “não te vás”, “não te vás”, foi-lhe lançado o raio de um feitiço que o petrificou...
... e a quem por’li se sentava naquele momento, 
...quedando-se pela posição estática com um pé dentro e outro fora do Batalhão, enquanto o sábio druida emalou a trouxa e zarpou borda fora da Senhora dos Passos, sem antes ter desfeito a caldeirada da poção mágica em que se tinha enfiado, apresentando envergonhadas condolências á plebe que nele confiou e com a qual tomou algum café sem antes lhe ter dado fé!
-Olha lá! Agora escreves coisas em Espanhol?

Estão a ver? Cá temos a Companheira metendo o nariz onde não é chamada!

-Isto não é Espanhol, é o “Acordo Ortográfico” que entrou em vigor a 1 de Janeiro de 2010 e foi tal & qual assim que a fascinante Záhára contou!

-Isso não é o Acordo... isso é puro Castelhano!

-Julgas tú Companheira e camarada do meu coração, que os ciberleitores topam a diferença? Eles pensam que é o “Acordo Ortográfico” e prontos!

-Podem pensar agora, mas com o passar do tempo vão lendo outras coisas e logo abrem os olhos!

Está bem...está!
Mural desta estória:
Tirrrrimmm

-Ouve, alguém tocou á campainha...
                                        
-Vai ver quem é...

Momentos depois entrou o Pin-Gente, um puto amigo e vizinho vai para cinco anos de hiperactividades e não mais... de cueca branca estampada com desenhos de ratinhos visíveis acima das pequenitas calças de ganga descaídas na cintura como os ditames da moda...
Como a gata Cristie é tal e qual o mocho do outro que, de olhos arregalados prestava muita atenção a tudo, foi seguindo os movimentos do puto...

-Atão!... Fugiste de casa?

-Não! A minha Mãe sabe que vim para aqui!

-Mas... Isto não serão horas para estares a chonar?

-O que é isso?

-Ah!... A dormir...

-Ooooh, pá! Deixa-me mas é, puxar as calças para cima que a gata Cristie ainda se me atira aos ratitos das cuecas!

-É melhor... É!

-Ainda bem que vieste ó Pin Gente... deita-te nesse cobertor frente á lareira e ouve uma estória extraordinária que cá o Cidadão te irá contar! E tú Companheira, bota mais umas cavaquitas que o lume está a minguar...

Direis que vai longa esta estória de encantar, pois se da Záhára e da Meiga Chuchona novas demandas desejardes, tereis que esperar pacientemente por vindouros capítulos! Viajareis respectivamente pelos meandros do Gótico-Muçulmano, mergulhando pelas trevas do Dark-Gótico!... Uma por semana para não vos sentirdes violentados, que vos podereis dar por felizes!
Até lá ide trabalhar... ou assim!