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Este militante anti-cinzentista adverte que o blogue poderá conter textos ou imagens socialmente chocantes, pelo que a sua execução incomodará algumas mentalidades mais conservadoras ou sensíveis, não pretendendo pactuar com o padronizado, correndo o risco de se tornar de difícil assimilação e aceitação para alguns leitores! Se isso ocorrer, então estará a alcançar os seus objectivos, agitando consciências acomodadas, automatizadas, adormecidas... ou anestesiadas por fórmulas e conceitos preconcebidos. Embora parte dos seus artigos possam "condimenta-se" com alguma "gíria", não confundirá "liberdade com libertinagem de expressão" no principio de que "a nossa liberdade termina onde começa a dos outros".(K.Marx). Apresentará o conteúdo dos seus posts de modo satírico, irónico, sarcástico e por vezes corrosivo, ou profundo e reflexivo, pausadamente, daí o insistente uso de reticências, para que no termo das suas análises, os ciberleitores olhem o mundo de uma maneira um pouco diferente... e tendam a "deixá-lo um bocadinho melhor do que o encontraram" (B.Powell).Na coluna à esquerda, o ciberleitor encontrará uma lista de blogues a consultar, abrangendo distintas correntes político-partidárias ou sociais, o que não significará a conotação ou a "rotulagem" do Cidadão com alguma delas... mas somente o enriquecimento com a sua abertura e análise às diferenciadas ideias e opiniões, porquanto os mesmos abordam temas pertinentes, actuais e válidos para todos nós, dando especial atenção aos "nossos" blogues autóctones. Uma acutilância daqui, uma ironia dali e uma dica do além... Ligue o som e passe por bons e espirituosos momentos...

sábado, 19 de março de 2011

COCOROCÓ



COCOROCÓ

Já este artigo se encontrava na forja quando em catadupa foram surgindo assuntos de interesse imediato, nomeadamente os vertidos nos post’s A luta é Alegria,À Rasca!? e Nuclear? arrastando o cocorocó para quartas núpcias. Chegada a hora de o publicar, cá vai... 
Ciberleitora e ciberleitor, façam o favor de serem felizes!
Desde a introdução dos glutões no detergente para lavagem da roupa, os técnicos alimentares e outros especialistas em marketing dedicaram-se a introduzir aditivos nos géneros alimentícios e não só.
São o bífidus activus e os ómegas 3 nos iogurtes, são o zinco e as ureias nos champôs, são a cenoura e os óleos de cedro e linhaça nos protectores solares, são o cálcio, a soja e os bens especiais no leite, é a uva no vinho, o esfoliante e os aloés veras no papel higiénico... ou o light nos refrigerantes, havendo outros desaditivados, como o caso do café descafeinado, o tabaco desnicotinado, a cerveja desalcolizada, etecetrital...
Nas aves, foram aditivados os nitrofuranos que reforçavam as banhocas nas senhoras e o H5N1 que desenvolveu a indústria de determinados laboratórios, até chegado o dia em que os técnicos alimentares de uma grande superfície resolveram introduzir-lhes o cocorocó...
o Cidadão, bombardeado pelos spot’s publicitários que desfilavam constantemente no éter e nos cabos de cobre e fibra óptica, com o raio do cocorocó a não lhe deixar o subconsciente, foi com o cocorocó transpirando por todos os poros que rumou à superfície comercial recomendada, afim de adquirir o tal frango com cocorocó!
Vencida a grande seca da vez, com a senha semi-triangular suada e amarrotada entre os dedos, fazendo recordar os agradáveis momentos que costuma passar nos serviços públicos quando a eles é obrigado recorrer, uma senhora bué simpática, de rosto redondo encaixado sob um boné estilizado em tons de branco e verde, claro... de face coradinha decerto por lidar com a fornalha eléctrica onde os frangos despidos, de peito e perna aberta, levavam com os calores infravermelhos que lhe iam dando aquela tez bronzeada e tostadinha, semelhante à do people solário.
Para que este praça tivesse a certeza de que o frango trazia o tal cocorocó, pediu:

-Um frango e meio por favor, mas com cocorocó!

-A senhora sorriu e perguntou cá ao Cidadão se o desejava com algum molho, ao que, desconfiado com o sentido da pergunta, este a questionou no seguinte modo:

-Com algum molho!?... Como assim?

-Piripiri! Ó molho d’alho!

-???

Retorquiu em voz alta e esganiçada, a simpática funcionária que se apresentava com uns olhos arregalados contornados por encarniçadas pálpebras...

-Então, minha senhora... se adiciona piripiri ou molho d’alho no frango, como é a gente se apercebe do cocorocó?!

-Adquirindo um ar carrancudo, a funcionária pesou e embalou o frangucho e meio em papel vegetal, introduzindo-o num saco de plástico, colando-lhe uma etiqueta retirada da balança... Quando este rapaz segurou na embalagem contendo o bichano e meio... assado, logo se lhe aparentou estar vivinho da silva, saltando de mão em mão... ao que a senhora exclamou por detrás do balcão envidraçado e pejado de chouriços:

-Olhe que o frango está muito quente, senhor!

-Ah, pois, supunha que fossem efeitos do cocorocó!

O olhar fulminante daquela mulher gelou o coração cá do rapaz...
Paga a aquisição e marchando para caselas, este foi fazendo contas de cabeça, concluindo que se o quilo do frango com cocorocó custava 3€uros e 88 centimos, e o quilo do dito cujo sem cocorocó se importava em 2 €uros e 99 cêntimos, o cocorocó valeria 89 cêntimos ao quilo!

Degustado o pitéu em ambiente familiar, bem regado com tintol Corga da Chã e traçado a pão de milho... não se notara qualquer efeito do cocorocó... apenas uma certa euforia, vertigens e diplopia que posteriormente veio a concluir se deverem à ingestão excessiva do Corga e não das fatias do pão de milho ou sequer, do cocorocó!...
Olhou a Companheira, olhou os Juniores...
Todos eles lhe pareceram iguais a si próprios...
A gata Cristie...essa foi a única que não degustou o frango por isso não seria estimulada por algum efeito do cocorocó... apesar de miar com’ó caraças!
Na cama nada de relevante se passou, tudo como dantes... tendo este praça e Companheira adormecido à hora costumeira...
Na manhã seguinte, olhando ao espelho da casa de banho, apenas se definiam as olheiras e uns milímetros de barba... nada de mais... nada de especial...
Não havia indícios do efeito cocorocó!
Raios partam isto!
Inconformado com o logro e vestida a farpela, este praça dirigiu-se à superfície comercial onde tinha adquirido o frango com cocorocó... munido do talão de pagamento onde constavam os 5 €uros e 24 cêntimos de um quilo trezentas e cinquenta gramas de frango!
Pelo cocorocó,o Cidadão abt houvera desembolsado 1 €uro e 20 cêntimos e, considerando o IVA a 13%, o Estado português mamou 16 cêntimos do cocorocó!
16 cêntimos são 32 e$cudos dos antigos, IVAdos em cocorocós!
Foi procurar o responsável da superfície comercial dando com uma responsável que por sua vez solicitou a presença da decoradora, uma senhora de estatura mediana, enérgica, cabelos pretos e carinha laroca, com um sorriso lindo e permanente, pessoa com o perfil ideal para o desempenho de tais funções, demonstrando capacidades para desmobilizar este praça a solicitar o Livro de Reclamações!
Com os três encerrados num gabinete, este rapaz recebeu a explicação para o cocorocó dos frangos!
De lá saído, olhou o reflexo nas vidraças do pronto-a-vestir, reparando num sósia muito parecido mas bastante mais pálido e de ar distante, olhar vítreo e braços simetricamente suspensos e bamboleantes, caminhando lentamente em direcção à portaria...

«-Porquê? Mas porque é que este Cidadão abt nunca se tinha lembrado disto?!»

Um pensamento que cilindrava o do cocorocó alojado algures no subconsciente...

Em casa, cá o Cidadão sentou-se no sofá olhando o antracite do televisor... desligado!
Sacando da garrafa de bagaceira que o compadre lhe oferecera, encheu um copinho, ingerindo-a de um só trago!
Aquilo desceu-lhe pelo esófago, indo ferver-lhe nas entranhas!
Vieram-lhe lágrimas aos olhos... não eram dum chorar de arrependimento... porque um homem não chora... seriam mais propriamente... motivadas pela combustão interna do vapor do bagaço que doravante lhe ia saindo pelas narinas, pelos olhos, pelos ouvidos e pelos cabelos!

-Carais, que pomada mais forte!

-Olha lá, bebeste isso tudo de uma vez? Depois vens-te queixar dos fígados, não é?

Foia intervenção cá da Companheira sempre atenta aos disparates que este praça fazia!

 «-Podia lá ser! Nunca se ter lembrado disto!»

Pois bem... como devereis calcular, caros ciberleitores que fizesteis um esforço do catano para chegardes até este ponto da crónica marada, o frango, esse desafortunado, antes de o ser... foi pinto e... antes de pinto, foi ovo!

Não desligueis o computador nem mudeis de link porque este assunto aborrecido vai tornar-se bué da interessante!

Nas incubadoras, crescem a olhos vistos os pintos saídos da casca, dia após dia... sob lâmpadas incandescentes, fazendo-se nuns frangos de aviário. Só debicam farelos desensaibidos, farelos e mais farelos com nitrofuranos. Nesses campos de concentração, sem nunca verem a luz dia ou o azul do Céu, afastados dos prazeres mundanos, pouco tempo passam até à derradeira hora de, nos corredores da morte, serem decapitados ou electrocutados em cruéis franguicídios!
Como Vosselências constataram, estes frangos não tiveram tempo de piar nem de gozarem a vida de capoeira.

Pelas ruelas das nossas aldeias sim, desfrutam da merecida liberdade, passeiam as suas lustrosas penugens, debicando minhocas, gafanhotos, agúdias, couves, farelos, sojas, milhos e trigos ralados, enfim, degustam os prazeres da vida... isto até que não apareça um par de Géninhos que aplique a respectiva talhada e ponham os donos do galinhedo em quarentena!
Como as quelhas eram estreitas e ladeadas por habitações e altos muros, quando um camião nelas circulava ocupando todo a largura, por vezes dava-se o atropelamento mortal de uma dessas aves com pouca autonomia de voo que assim seguia antecipadamente para o efervescente tacho!
A seu tempo foi resolvido este problema acoplando-se um sistema automático de aviso nos travões das pesadas viaturas, que consiste em fazer uma súbita descarga de ar comprimido semelhante à de um espirro humano, montado num reservatório montado sob as carroçarias... precisamente com a função de no momento crucial, espantar as galinhas, contribuindo para o aumento da sua longevidade!
...Posteriormente, este sistema beneficiou as comunidades canídeas das regiões em apreço!
Os frangos beneficiavam de um timing considerável para ultrapassarem a idade do cocorocó!
Construíam famílias numerosas com tendência para a poligamia, pese o facto de que alguns galos tentassem impôr a ordem no poleiro...
Veio à memória cá do Cidadão uma cena de violência doméstica, que em certa ocasião um destes galos trazia a cabecita cheia de teias de aranha, não só porque os donos eram desleixados na limpeza do poleiro como, movido pelas gotas de vinho escorrido que beberricava do chão junto à adega. Desconfiando da infidelidade da sua pita, vai daí, cada vez que ela fazia a postura, o meliante bicava-lhe os ovos terminando irremediavelmente com o choco e impedindo que os donos pudessem confeccionar deliciosas omeletas de espargo...
Fartos de gemadas desperdiçadas e para acabar com tal obsessão, o casal de humanos resolveu colocar um seixo rolado do rio no ninho da postura, ludibriando o efeito de um ovo. Ao assentar-lhe as nalgas, achando o corpo estranho de um ovo gélido e pesado, mesmo assim a pita cumpriu a missão de uma boa poedeira... com o cacarejar do aquecimento pós postura, dali se raspou, dando espaço para que o nóia do galaró se aproximasse e desatasse a bicar desalmadamente nos ovos, se bem quando a extremidade do bico se lhe estilhaçou contra o duro e gélido seixo do rio!
De crista perdida, saiu da chocadeira com um cantar desolador, e bico partido, numa fúria desumana exclamou para a sua pita:

«_Aiiiee! fua futa! Eu fá fem fe fesconfiafa! Anfastes a galar fom o Galo de Barcelos!»
Ãh?! Não entendestes?
Liiivra que sois de compreensão leeenta!

Então cá vai...
Dos ovos saem os pintos que crescem e se tornam frangos.
Certo?
Ora bem, a partir de uma certa altura da vida, os frangos começam a interessar-se pelas companheiras... as esporas espetam-se-lhes, as asas arrastam-se-lhes... e saltitam-lhes os biquinhos das patas.
Nelas espigam-se-lhes as cristas, ficando rosáceas... incham-se-lhes as calotas e com os calores do Sol, aos franganitos só lhes apetece saltar para o dorso das pitas, picar-lhes nas calotas, dando-lhes umas esfregas valentes naquelas cristas!
É nesta altura da vida que os frangos se fazem galarós bem constituídos, saborosos, de plumas no peito feito e plumado, e elas, em encorpadas galinhas, apetitosas e prontas a comer!
Vai daí, dá-lhes imensa vontade de se envolverem em cortesias do  truca-truca, arrastando a asa uns aos outros como se tivessem a suspensão partida e cacarejando:
CrróóócóóCrróóCocorocó?”
Os executores de aviário, sabendo desta fase crítica em que as aves estão boas com’ó milho e nas melhores condições para serem comidas, ao cacarejarem em demasia, eliminam-nas sumariamente!
Cortam-lhes o pio não lhes permitindo a mesma longevidade das suas congéneres do campo, nem muito menos lhes dando oportunidade de trocarem piropos fatelas do género:
 -Olá borracho! Tão rijinha estás mêmo boa para uma rica canja!
ou...
-Tão empertigado! Se não fosse cá por coisas, arrancava-te essas moelas e fazia-as num guisado!
Portanto, frangos de aviário e galinhas do campo, se quiserdes alargar a vossa longevidade, nunca por nunca faceis cocorocó junto dos humanos... e por ora, ficai com esta modinha!

quarta-feira, 16 de março de 2011

NUCLEAR ?




NUCLEAR ?

Naqueles tempos e por todo o mundo, ainda a Internet não era um veículo de comunicação  globalizada, nem sequer acessível ao comum dos mortais,  já alguns movimentos de cariz internacional se insurgiam contra a construção de centrais nucleares produtoras de energia eléctrica...
...Foram algumas das lutas travadas nos anos setenta e oitenta do século passado, umas inglórias, outras nem tanto. 
Depois da central termonuclear rechaçada pela população de Ferrel em Março de 1976, os movimentos juvenis protestavam nas ruas, invadiam assembleias, colavam cartazes, construíam jornais de parede, alertavam a malta nas secundárias e nas universidades, interrompiam palestras sobre a instalação de centrais nucleares em Portugal, culminando com a invariável intervenção dos senhores agentes policiais para reporem a harmonia no sistema institucionalizado. 
Naqueles tempos questionavam-se os tecnocratas sobre a fiabilidade e a segurança das centrais termonucleares perante uma catástrofe natural, em que nos garantiam a total segurança dos sistemas, exibindo material didáctico de sensibilização. 
Nesse sentido o pessoal activista, como se de uma moda se tratasse, fazia questão de ostentar na lapela do casaco ou na antiga bolsa de mensageiro traçada a  tiracolo, um sol vermelho inscrito num crachá amarelo orlado pela inscrição “energia nuclear? não obrigado!” na língua de cada um dos países e que os unia no âmbito internacional. Naqueles tempos, parafraseava-se nas ruas o “antes ser activo hoje do que radioactivo amanhã.”
Em Portugal este movimento culminou com duas Marchas da Paz  em simultâneo, uma no Porto e outra em Lisboa
Foi num sábado de dezasseis de Janeiro do ano de 1982 que um grupo considerável de activistas embarcou no comboio rumo à capital pois naqueles tempos seria impensável recorrer ao automóvel particular para esta e outras actividades, simplesmente porque ter um automóvel era um luxo inacessível à maioria dos jovens. Para vencer longas distâncias, encontrava-se a solução nos transportes públicos.
Durante esse protesto, cá o Cidadão tal como os restantes activistas, envergou uma túnica branca confeccionada a partir de dois velhos lençóis, completando com uma máscara anti-gás dos anos quarenta, com o filtro encastrado na extremidade de uma tromba, resgatada num sucateiro de artigos militares, que chamou a tenção do pessoal da segurança e da comunicação social. 
Em Lisboa, o núcleo do movimento tinha a sede numa loja do largo da Estefânia e a mega-marcha iniciou-se no Saldanha, passando pelo Marquês de Pombal, Av. da Liberdade abaixo, terminando na praça do Rossio
Especificamente nessa marcha o pessoal insurgiu-se contra o trânsito e instalação de mísseis nucleares em território nacional.
Na  época  foi a pressão exercida para evitar que os decisores políticos admitissem recorrer à instalação de centrais termonucleares como fonte de energia, em território nacional, naturalmente adicionada aos investimentos dispendiosos em que se traduziriam. Mais tarde optou-se por energias alternativas, na área das renováveis, que oferecem menores riscos para as populações envolventes. Nos países ricos os tecnocratas falaram mais alto do que as razões da consciência, desenvolvendo a indústria nuclear!
Foram construídas centrais de fusão do átomo arrefecidas a água em Espanha, França e Alemanha, os países mais próximos de Portugal!
Excluindo um reactor de investigação cientifica de ínfima produção de energia limitada aos 10 megawats de potência, cujos neutrões são directamente projectados para equipamentos científicos onde são feitos estudos físicos do estado sólido posteriormente aplicados em medicina nuclear, localizado no Instituto Tecnológico Nuclear  e que não representa riscos acrescidos para as populações, Portugal corre o risco de sofrer radiações caso se registem fugas quantitativas provenientes de qualquer uma destas centrais além fronteiras porque a radioactividade não se extingue por si só ou com o auxílio de um antídoto, um insecticida ou antibiótico. Caso se registe um acidente provocado por exemplo por movimentações telúricas ou avaria no sistema de arrefecimento, levando ao sobreaquecimento e consequente fissura dos silos, facilmente se libertarão nuvens radioactivas  que se disseminarão no ar ao sabor dos ventos, precipitando-se com as chuvas sobre vastas superfícies de território, infiltrando-se nos níveis freáticos. Se libertada directamente para os circuitos de arrefecimento dos reactores, essa radioactividade viajará  pelos cursos de água, contaminando irremediavelmente as plantas e os seres vivos do ambiente envolvente, destruindo  as células de vegetais e animais, e especialmente no ser humano degenerando em cólicas, cefaleias, distúrbios intestinais, distúrbios endócrinos, cancros, leucemias e doenças genéticas, desenvolvendo malformações embrionárias!
Nuestros hermanos operam sete centrais termonucleares, situando-se a central de Almaraz a 100 km da nossa fronteira, com dois reactores arrefecidos pelas águas correntes do Tejo Internacional que depois de aquecidas afectam os ecossistemas da região, e posteriormente atravessam o território português, espraiando-se no Mar da Palha sob os olhares  atentos de Lisboa e Almada!
Foi precisamente durante os anos de luta de 1981 a 1983 que a central termonuclear localizada na província de Cáceres, iniciou a produção de energia eléctrica!
No dia 25 de Junho de 2010 esta central terminou um ciclo de vida com o governo castelhano a prorrogar o prazo de validade por mais dez anos,  tendo em conta que o máximo de longevidade será de quarenta anos, constantemente a fundir átomos.
Sistemas infalíveis, sistemas invioláveis, sistemas seguros até aos queixos e os rumores de Sayago ter contaminado as águas do Douro Internacional ao deixar escapar uns pózes, e Almaraz ter libertado umas gramas radioactivas para o Tejo... polémicas refregadas com mentiras e ilusionismo, que foram ultrapassadas a seu tempo.
Teremos o perigo nuclear à nossa porta?
"Nada de mais! Alarmismos sem fundamento... É o pessoal da cassete a chatear cada um! Esses ambientalistas são como o piolho na costura!"
Só que os tecnocratas subestimam as forças telúricas da natureza... teimando em ignorar que perante elas... Somos NADA!
Quando essas forças se revelam com todo o seu poder destruidor, a tecnologia humana torna-se infinitésimamente minúscula podendo-se virar o feitiço contra quem o concebeu. Se essa tecnologia se libertar dos espartilhos da ambição humana poder-se-á tornar noutra força tão telúrica quanto as da natureza!
Infelizmente é o que está a suceder no Império do Sol Nascente, um império tecnocrata, evoluído, economicamente confortável e com um grau de tecnologia bastante elevado que está a sofrer as consequências devastadoras de um sismo seguido de maremoto e como se não bastasse, o sobreaquecimento dos reactores da central termonuclear de Fukushima Daiichi, com explosões sucessivas, colocando toda a região à beira de um devastador desastre nuclear sem precedentes!
 すべての私たちの強さでは、すべて私たちの信念、ひねりを加えた私たちの信念を介してすべての私たちの信仰と、私たちは、祈り、懇願を覚えておきましょう、あなたは運命を左右する嘆願は最悪の目的地の田中帝国の兄弟たちの最悪ライジングサン!
武士のそのコードは、自然災害に対する戦争と核の脅威を災害が勝つために彼らに勇気と永続性を与えます!
«Com todas as nossas forças, com toda a nossa fé, através das nossas crenças, com todas as nossas convicções, torçamos, evoquemos, oremos, imploremos e roguemos para que a sorte não dite o pior dos piores destinos aos nossos irmãos Tanakas do Império do Sol Nascente!
Que o Código do Samurai lhes dê alento e persistência para vencerem a guerra contra o cataclismo natural e a ameaça nuclear que os assola!»
Foi necessário acontecer esta tragédia para os líderes mundiais encararem a questão da energia nuclear com responsabilidade, questionando sobre a viabilidade da fusão do átomo como fonte de energia! Tardiamente para muitas almas, está chegada a hora de deixarmos de brincar com o urânio enriquecido e implorarmos em uníssono:

domingo, 13 de março de 2011

À RASCA ?!



À RASCA? !

A Geração À Rasca saiu à rua em onze cidades portuguesas, concentrando-se mais de duzentos mil almas na Av. da Liberdade culminando na Praça do Rossio alfacinha e mais de oitenta mil na tripeira Av. dos Aliados, número de manifestantes que não cabia na prevista Praça D. João I, concluindo-se que não será uma, mas três, as gerações à rasca! Desfilaram as gerações dos filhos, dos pais e dos avós!
A geração dos filhos pelas razões sobejamente conhecidas, a dos pais porque fazem um esforço para além do previsível em sustento dos filhotes, e a dos avós, pois na sua maioria já toparam que por este caminho as magras reformas do seu sustento acaba por servir os descendentes... claro que não nos referimos às parcas reformazinhas dos ex-ministros e ex-administradores públicos e semi-privados, porque as desses coitadinhos não lhes chegam para sustentar palácios!
Este protesto de milhares revelou que os portugueses estão fartos dos demagogos que proliferam nos partidos políticos que em abono da verdade se inserem nos desígnios do povo para se servirem e não para o servirem. Foi vê-los durante o protesto, dissimulados no meio da população que saíu à rua!
 De tão desacreditados, cada vez mais as siglas politicas e seus mentores vão caindo em desuso e colocados na obscura e bolorenta prateleira das más memórias, por um povo cada dia mais desiludido e consequentemente, apartidário.
Com diferentes ideais, credos e conceitos, as gentes portuguesas agruparam-se entre amigos e famílias, correspondendo ao apelo dos jovens, reunindo-se civilizadamente nas onze cidades e reclamando causas transversais, em busca de melhores condições de vida, pese o facto do SIS e as polícias, em colaboração com a organização terem contribuído preponderantemente na prevenção de potenciais focos de conflito. Nota positiva para o civismo de todos os envolvidos, manifestantes incluídos!
Numa primeira mensagem, estimemos que os nossos governantes tenham tomado consciência do sentido deste protesto que poderá ser o primeiro de outros, e também eles, os governantes, se antecipem a uma possível escalada da convulsão social que em desespero de causa, poderá ultrapassar os limites do razoável por ora conseguido neste mega-manifesto de descontentamento...
Uma mobilização espontânea e massiva que foi um sério aviso para a governação deste jardim à beira mar plantado.
É em ambiente atormentado e deveras  À RASCA que os contribuintes abrantinos contam com o projeto da soberba de um Museu Ibérico encastrado no Convento de São Domingos onde se adiantaram uns módicos 1.150.192,00€uros... só no papel...

domingo, 6 de março de 2011

A LUTA É ALEGRIA



A LUTA É ALEGRIA

Os mais atentos deverão ter reparado que entre doze canções concorrentes, o grupo “Homens da Luta” com o tema  “A Luta é Alegria”  foi vencedor do concurso Festival RTP da Canção 2011.
Certamente que outras canções se nos depararam melhor elaboradas, mais bem musicadas, com melhor qualidade artística, melhor coreografia e presença em palco, consequentemente com potencialidades para alcançarem um confortável posicionamento na tabela do Festival Europeu da Canção!
E porquê terem sido estes revivalistas do pós 25 de Abril, os vencedores do Festival RTP da Canção de 2011?
Se analisarmos o historial e a taxa de sucesso das canções representantes de Portugal nos meandros europeus, por melhor que tivessem sido, todos os anos se posicionaram na mesma zona da tabela festivaleira, levando-nos a concluir que, quando toca a júris europeus, outros valores mais altos se levantam e que à priori, Portugal nunca vencerá um festival europeu dentro de tais parâmetros. Assim sendo, é natural que o Festival RTP da Canção seja mais um meio do que um fim, transformando-se num veículo ideal para que a parcela do povo português participativo e votante nestas cenas dos "song´s" pudesse manifestar o seu desagrado perante a situação sócio-económica em que se encontra mergulhado este jardim à beira-mar plantado!
E... os tais telespectadores praticantes do radikal mappellyng aproveitaram a oportunidade para que os seus "sessenta cêntimos mais IVA" depositados na canção vencedora se traduzissem em úteis votos de protesto!
Entende-se que a eleição do tema “A Luta é Alegria” como concorrente ao Festival Eurovisão da Canção não passará de pura e dura moção de censura desse público perante os seus governantes.

quinta-feira, 3 de março de 2011

ESCUTA





ESCUTA

-!!!Tirrriiiimm!!!
-Tou? Cidadão?

-Sim, diga...
-Sou oTónho...Há uma porrada de tempo que vocêi nã vem até aqui às Arreciadas bebêri um copo...
-Pois... pois... vai para uns tempitos... o serviço não o tem permitido... Porquê?
-Porque resolveram meter mãos à obra e vai de enterrarem manilhas e umas caixas de visita junto à rua das Vinhas e à rua dos Muros Brancos, desde a ETAR das Arreciadas até ao Fojo, para escoarem os esgotos que estão a céu aberto que você reportou há uns mêsis atrás.
-Ah! Sim... Uma Aventura na Etar... Ainda bem que se resolveram... afinal qual é o problema? É por isso que está a telefonar cá ao Cidadão?

-Nã, caro amigo! Porque o amigo devia era de escrever aí no seu blogue sobre o estado lastimoso em que se encontra a estrada que vem dar aqui!
-Não me diga?!

-Sim senhori... Aquilo até que merecia o prémio nóbil da rua mais arrebentada do país!
 -Porquê?

-Atão vocemecê nã sábi? Os gajos partiram aquilo tudo para enterrarem as manilhas na borda da estrada!! Para os carros ali passarem, só mesmo muuuito devagári, e têm que se desviar constantemente para o lado contrário e às vezes até é melhori rodarem pela beira do caminho! Aquilo está num caos de buracos e pedras soltas que lho digo nêm lho conto! Rebentam para ali com os pneus que é um disparati! Aquilo está uma pouca vergonha! Até que já furaram ali um cárté! Pelo andar do tempo aquilo vê-se jeitos de vir a ficar assim!
-Ouça... faça o seguinte... tire umas fotos disso e envie-as cá ao Cidadão por correio electrónico...

-Lá isso tem que ser com o meu neto... ele é que cá em casa sabe mexêri no computadôri...
-Força aí que ficamos à espera dessas fotos!
-Nã se esqueça de passar cá para bebermes um copo!