.

.

Este militante anti-cinzentista adverte que o blogue poderá conter textos ou imagens socialmente chocantes, pelo que a sua execução incomodará algumas mentalidades mais conservadoras ou sensíveis, não pretendendo pactuar com o padronizado, correndo o risco de se tornar de difícil assimilação e aceitação para alguns leitores! Se isso ocorrer, então estará a alcançar os seus objectivos, agitando consciências acomodadas, automatizadas, adormecidas... ou anestesiadas por fórmulas e conceitos preconcebidos. Embora parte dos seus artigos possam "condimenta-se" com alguma "gíria", não confundirá "liberdade com libertinagem de expressão" no principio de que "a nossa liberdade termina onde começa a dos outros".(K.Marx). Apresentará o conteúdo dos seus posts de modo satírico, irónico, sarcástico e por vezes corrosivo, ou profundo e reflexivo, pausadamente, daí o insistente uso de reticências, para que no termo das suas análises, os ciberleitores olhem o mundo de uma maneira um pouco diferente... e tendam a "deixá-lo um bocadinho melhor do que o encontraram" (B.Powell).Na coluna à esquerda, o ciberleitor encontrará uma lista de blogues a consultar, abrangendo distintas correntes político-partidárias ou sociais, o que não significará a conotação ou a "rotulagem" do Cidadão com alguma delas... mas somente o enriquecimento com a sua abertura e análise às diferenciadas ideias e opiniões, porquanto os mesmos abordam temas pertinentes, actuais e válidos para todos nós, dando especial atenção aos "nossos" blogues autóctones. Uma acutilância daqui, uma ironia dali e uma dica do além... Ligue o som e passe por bons e espirituosos momentos...

quarta-feira, 22 de junho de 2016

O IMBRÓGLIO




O IMBRÓGLIO

 Poder-se-ia intitular este post de “o relativismo absoluto” mas como o assunto é um imbróglio, ficou mesmo a ser “O imbróglio” do relativismo absoluto.

Dois meses volvidos sobre a abertura da ponte rodoviária que une as margens entre o Rossio ao Sul do Tejo e Abrantes, e após um primeiro post dissertivo no que concerne a circulação pedonal onde cá o Cidadão abt se fez substituir às verificações municipais indo ao tabuleiro certificar-se das medidas e dos espaços inter obstáculos, assim como alguns outros concidadãos mais atentos se debruçaram sobre o assunto e a bom tempo comodamente aproveitando as fotos e os bonecos deste blogue, vai daí, depois de serem um bocado pressionados pelas forças vivas do concelho porque isto por aqui só anda a toque de forças vivas, os administrativos eleitos resolveram questionar a “dona” da obra sobre a praticabilidade desta ponte em termos de mobilidades humanas, mobilidades reduzidas e seus afins.

Como resposta, que também foi publicada no semanário regional “O Mirante”, a Infraestruturas de Portugal desconfirmou as suposições dos utentes chatos, alegando que as dimensões são as contempladas na regulamentação da matéria, pelo que aqui se transcreve parte desse texto:

"possui espaço livre bastante de modo a permitir a passagem de cadeiras de rodas, cumprindo com o estipulado na legislação"
“a largura mínima absoluta dos acessos para utilização por pessoas com mobilidade condicionada são 80 centímetros,  precisamente a largura que existe no passeio do lado poente”
"Os passeios da ponte têm 0,60 metros livres do lado poente e 0,80 no lado nascente".

E DECLAROU MAIS:

"a implementação de passeios com larguras superiores implicaria alterações substanciais na estrutura da ponte metálica e de elevada complexidade técnica, requerendo por isso uma intervenção mais profunda, temporalmente mais demorada".

E AINDA MAIS!

"elevados encargos financeiros e para a mobilidade na região na execução da obra"

Esta última é pura demagogia barata e prosápia para patego ler!
Quando foram alargadas as laterais do tabuleiro, seria questão de lhe conceder mais uns trinta centímetros e a largura útil da faixa de rodagem também poderia ter menos alguns centímetros. 

Quanto aos postes de iluminação, foi omissa a possibilidade da sua relocalização que não implicaria despesas suplementares na obra mas tão sómente cravar as cavilhas no enfiamento do gradeamento de protecção, a não ser que os engenheiros da obra cobrassem balúrdios para alterar esse pormenor no projecto inicial, mesmo estando fora dos normativos.

Para que não restassem dúvidas, cá o Cidadão abt pegou num seu concidadão de mobilidade reduzida e na respectiva cadeira de rodas, pegou numa fita métrica e meteu-se ao caminho, tendo em conta que a cadeira de rodas é um modelo low cost, simples e baratinho, desprovido de motor, auto-rádio, máquina de café, ar condicionado, jantes especiais de liga leve ou outros extras, enfim, uma cadeira das pequenininhas, estreitinhas e maneirinhas...
Atenção que os adereços não fazem parte da obra de arte!
Como resultado da prospecção feita por este contribuinte, no lado nascente foram medidos setenta centímetros de vão entre as sapatas dos pilares do rail e a aresta em alvenaria confinante à grade de protecção.

Tal como a foto documenta, ao fazendo por aí passar a tal cadeira elementar com o utente de mobilidade reduzida, os pneus das rodas traseiras, os castores (rodinhas directrizes) e os patins (apoios dos pés) embatem nos vincos metálicos, afectando directamente a sua estabilidade enquanto os aros de impulso manual encaixados nas laterais das rodas passam por cima dos obstáculos arquitectónicos ao ponto do utilizador se arriscar em danificar as norças dos dedos nos pilares metálicos do rail ou no gradeamento da obra d’arte... 
Não sabe cá o Cidadão como foi que este adereço aqui veio parar...
Portanto, meus caros, os tais oitenta centímetros livres referidos a nascente são uma falácia porquanto correspondem à distância entre o gradeamento de protecção e o pilar do rail propriamente dito!!
 
Em espaço tão restrito e numa extensão de trezentos e sessenta metros de rails contínuos, fica cá o Cidadão abt sem entender como se efectuará o cruzamento entre um pedestrante e um rodinhas...
Será que o pedestrante salta por cima do rodinhas ou o rodinhas passará por baixo do pedestrante?

Resta a hipótese do pedestrante transpor o rail de protecção, desviando-se pela faixa de rodagem...

Suponhamos que dois rodinhas se encontram a meio do trajecto...
Como não há espaço de manobra para que se virem as cadeiras em sentido inverso, um deles irá recuando até alcançar a entrada da ponte?

Outra hipótese é a de haver o cruzamento entre um rodinhas e um carrinho de bebé, ou por exemplo, o confronto entre um cadeirante e um idoso...

Há uma solução...

Os semáforos!
Relembra cá o Cidadão que os adereços não pertencem à obra de arte!
Vamos agora para o beirado de poente. 

Disse a Estruturas de Portugal que aí existem sessenta centímetros de vão livre... o que é falso!
 O Cidadão volta a avisar que os modelos não fazem parte da estrutura da ponte!
Se esticarmos a fita métrica junto ao solo, entre a base dos postes de iluminação e a saliência correspondente ao rebordo de alvenaria junto à sapata do gradeamento... são exactamente cinquenta e cinco centímetros.
O Cidadão adverte que os modelos não pertencem à obra de arte!
Há uma explicação para estas discrepâncias de medidas.
Pode acontecer que as fitas métricas da Infraestruturas de Portugal tenham sido adquiridas na loja do chinês ou, vencido o seu de validade, mirrem sob a acção dos raios solares UV.

Uma solução passará pelo recurso a binóculos onde os utentes antes de atravessarem a ponte se certificarão sobre a situação pedonal na outra extremidade.
Aqui, a Infraestruturas de Portugal ou o município de Abrantes poderão explorar um nicho de mercado no que concerne à instalação de binóculos fixos nas entradas do tabuleiro, que mediante a introdução de uns cêntimos na respectiva ranhura permitirá aos utentes visualizar a situação pedonal na outra margem... para assim darem ou não, início à travessia.
Como verão os expert’s, ideias não nos faltam!
Falta é a vontade de as concretizar!